PARA QUEM PERDEU O TREM DA HISTÓRIA: "NEM A FORÇA BRUTA PODE UM SONHO APAGAR..."

Farei tudo o que o patrão mandar

EDIÇÃO DE HOJE, SÁBADO, DIA 18 DE FEVEREIRO DE 2012

QUERIDOS AMIGOS, QUERIDAS AMIGAS

Há exatos vinte anos, no dia 18 de fevereiro de 1992, começava o nosso calvário nas cortes de justiça do país. Esse processo é o mais longo e mais cruel patrocinado contra trabalhadores pelos sucessivos governos tucanos e neo-tucanos. A tucanalha impôs, ao longo de todos estes anos, o terror, a humilhação, os maiores constrangimentos que servidores públicos, professores do ensino superior jamais conheceram em qualquer país, em qualquer tempo.

Qual a motivação da súcia que nos persegue com tanto rancor?

A Karl Marx é atribuída a frase: "A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”.

No nosso caso tem sido diferente. Acontecem simultaneamente a farsa e a tragédia.

A farsa é exatamente a impostura das infinitas ações do governo via PGE na justiça, às vezes por caminhos tortuosos e eticamente reprováveis.Existem fatos notórios e irretorquíveis, devidamente documentados. Acordos espúrios materializados em atitudes de operadores da justiça. Desde a hora primeira os srs. Procuradores sabem que esta é uma causa perdida para o governo. Mas, falta-lhes a coragem para dizer isto ao chefe, o governador tirano, valente com professores e outros servidores. Valente só com as categorias mais humildes como demonstram os recentes episódios envolvendo os policiais militares e bombeiros que o fizeram literalmente eclipsar-se, tomar chá de sumiço juntamente com seus auxiliares mais imediatos na área de segurança. Ainda recentemente, nas suas bravatas costumeiras lá no seu bunker afirmou que não ia nos pagar o PISO.

A tragédia ocorre a cada dia nos lares dos beneficiários do PISO SALARIAL. Pelas nossas estatísticas, 193 companheiros e companheiras já se perderam nas curvas da estrada da vida. Há viúvas e filhos de companheiros falecidos que passam muitas necessidades. Há colegas com a saúde comprometida exigindo tratamento especial e medicamentos caros. Há até aqueles que já não podem arcar com as despesas do plano de saúde. Essa é a nossa tragédia do cotidiano.

No entanto, não queremos piedade. Não queremos comiseração. Não mendigamos. Não precisamos de esmolas. Não vamos flexionar nossa coluna vertebral e nem ficar genuflexos diante de um tirano de meia pataca como diria o saudoso filósofo da Juatama Chico Belo.

A alegação simplória e irresponsavelmente mentirosa de que o estado não tem dinheiro e nós vamos quebrar o caixa do erário não funciona mais.  Têm dinheiro para tudo: aquário e outros projetos faraônicos que não trarão benefícios ao povo cearense. Se a imprensa cearense não fosse tão subserviente a população ficaria sabendo como são empregados os recursos do erário.

O Supremo Tribunal Federal já definiu a situação ignorando as mentiras deslavadas da “reclamação”. Só achamos que ele foi brando demais. Deveria ter imposto logo sanções para os litigantes de má fé. Multas que deveriam ser pagas com os próprios proventos dos procuradores e do governador déspota.

O bonde da história passa apenas
 uma vez. Quem perder, perdeu...

A etapa mais difícil talvez seja esta agora. A etapa do jogo sujo e brutal. Da apelação sórdida. Do vale tudo. Do sadismo superlativo e sem limites.

O pior é que outras pedras têm sido impostas nos nossos caminhos. Pedras que a justiça removerá certamente. É impressionante como supostos aliados se bandeiam para o outro lado. Há aqueles que “perdem o bonde da história” como diz a Canção de um Novo Mundo que poderá ser ouvida no blog.

Mas, com certeza, se nós quisermos, este será o último carnaval de sadismo dos opressores, dos sicários que nos perseguem e nosso último carnaval de indigência. Já vencemos. Agora precisamos assegurar a vitória. Como fazer isto? 
Mobilizados poderemos reagir.  Vamos à imprensa em grupo. Vamos reagir, enfim. Ou será que desaprendemos aquilo que sabíamos fazer na década de 1960.

Nós impedimos a privatização da Universidade e garantimos o seu funcionamento. Fizemos greve por melhores salários e pelo pagamento de atrasados. Tivemos algumas baixas, é verdade. Mas a categoria, pela qual nos sacrificamos a nível pessoal, saiu vencedora. Era ditadura e nós vencemos. Agora necessitamos lutar pela preservação da universidade e pela dignidade dos seus professores sem fazer concessões e sem negociar conquistas históricas. É isto que de nós esperam familiares, alunos e a própria História.

OUSAR LUTAR OUSAR VENCER!!! A JUSTIÇA ESTÁ FAZENDO A SUA PARTE. A VITÓRIA DEFINITIVA ESTÁ NAS NOSSAS MÃOS.

P.S. Um amigo indagou a um colega se ele estava indignado com  os últimos acontecimentos. 
A resposta foi curta e grossa: "Indignado? Estou possesso!!!". 

Leia na próxima postagem: qual a motivação do déspota e de seus lacaios para descumprirem acintosamente as determinações da justiça.
escutemos agora este recado do Milton Nascimento e Beto Guedes.