JULGAMENTO HISTÓRICO NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL EM 01.12.2011

CLIQUE NOS LINKS PARA ASSISTIR O JULGAMENTO HISTÓRICO DE 01.12.2011

ESTAMOS DISPONIBILIZANDO OS LINKS DO YOU TUBE ENVIADOS PELO PROF. MANOEL AZEVEDO. É SÓ CLICAR E VERÁ OS VÁRIOS MOMENTOS DAQUELE HISTÓRICO JULGAMENTO.

Abaixo, respectivamente, estão os endereços no youtube das partes 1 de 5, 2 de 5, 3 de 5, 4 de 5 e 5 de 5 do vídeo do julgamento histórico no STF.

http://www.youtube.com/watch?v=w4DHkYcKpoo
http://www.youtube.com/watch?v=rRE6L0fu4Ks
http://www.youtube.com/watch?v=gQzH1FNS5Sg
http://www.youtube.com/watch?v=8FqTJqKrjww
http://www.youtube.com/watch?v=z1UKoALstcI

sábado, 29 de dezembro de 2007

DÁ PARA ACREDITAR?


EDIÇÃO NOTURNA DE HOJE, sábado dia 29 de de dezembro de 2007

Queridos amigos, queridas amigas

Na edição de hoje do jornal O POVO, na página de Opinião o sr. Theodoro, ex-reitor da UVA, como o faz costumeiramente aos sábados, não se conteve ao avaliar a educação no Ceará no ano findante. O artigo pode ser lido por quem estiver interessado no link abaixo:


É só clicar na parte sublinhada - link - e você será conduzido(a) ao site de O POVO onde está a íntegra do artigo.

Leia agora os nossos comentários no mesmo site:

Dá para acreditar(1)?

Gostaríamos de partilhar do "entusiasmo" do sr. Theodoro. No entanto, não acreditamos que o ano findante tenha sido bem para a educação. Vamos explicar: as 3 Universidades públicas estaduais estão em greve.São elas que formam os professores que militam nas redes de ensino fundamental e médio pública ou privada. O governo do estado, sistematicamente aplaudido pelo sr. Theodoro (ex-reitor da UVA), afronta o poder judiciário ao descumprir a sentença transitada em julgado em fevereiro de 2007 no SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL que assegura o cumprimento de uma lei e um decreto de 1986 que assegura o PISO SALARIAL de professores da UECE, URCA e UVA.

Gilberto Telmo Sidney Marques - prof adjunto da UECE
Dá para acreditar(2)?

Além de descumprir a decisão judicial, o governo usa de artifícios que afrontam a dignidade dos professores das Universidades já citadas e do Poder Judiciário local, leia-se Justiça do Trabalho.

O sr. Theodoro, enquanto Reitor da UVA, é signatário (juntamente com o sr. Manassés Fonteles e a sra. Violeta Arraes) de um embargo de execução contra a implantação do PISO SALARIAL, julgado improcedente pela juíza da quarta vara em 2007. Além disso é o principal fomentador de cursos de "formação de professores" de qualidade discutível. Reafirmamos que, por conta desses cursos, oferecidos por regime de franquia com a chancela da UVA, a médio prazo vai se alastrar no ensino fundamental e médio um "apagão" de proporções alarmantes, um verdadeiro "buraco negro" na educação. E esse "buraco negro" vai perpetuar a miséria e a ignorância nos grotões, assegurando a eleição e a permanência de maus políticos no poder. POBRE BRASIL!!!

Gilberto Telmo Sidney Marques - prof. Adjunto da UECE
Gilberto Telmo Sidney Marques

Amanhã é o último dia do Feirão do Sebo na Praça do Ferreira. Livros ao preço máximo de R$ 10,00. Mas é só até meio dia.
Boa noite! Bons sonhos!

ÚLTIMA HORA


EDIÇÃO VESPERTINA DE HOJE, sábado, dia 29 de dezembro de 2007


Caríssimos amigos e caríssimas amigas


Recebemos há pouco um e-mail do colega Alberto Cintra e passamos a reproduzí-lo:



Prezado Senhor,

Considerando que o processo RE 284235 já foi julgado nesta Corte e baixado definitivamente ao tribunal de origem -- no caso o Tribunal Superior do Trabalho, em 09.02.2007 --, permito-me sugerir que procure a consultoria jurídica do sindicato profissional que lhe assiste, para a obtenção das orientações jurídicas pertinentes.
Atenciosamente,

Nelson Parucker Jr.
Assessor
Gabinete do Secretário-Geral da Presidência do STF


Comentário do blog: trata-se de uma resposta a um questionamento feito à presidência do Supremo Tribunal Federal.

Logo após o recesso estaremos desencadeando uma série de múltiplas ações. Estamos apenas recarregando as baterias.Quem duvidar, verá.

CALENDÁRIO DE PAGAMENTOS DE 2008 E OUTRAS NOTÍCIAS


EDIÇÃO DE HOJE, sábado, dia 29 de dezembro de 2007
Caríssimos amigos, caríssimas amigas
Este blog também é notícia e informação. Saiu a tabela de pagamentos dos(as) professores(as) das Universidades Estaduais (UECE, URCA E UVA). Além disso, vão trechos da notícia divulgada pelo secretário Mauro Filho da fazenda estadual. Clique no link acima ou aqui - na expressão tabela de pagamentos - e veja a tabela ampliada clicando mais uma vez sobre ela. Experimente, não custa nada. É mais um serviço do blog PISO SALARIAL a sua nova mania,
Leia agora a notícia:
Conta única
O governo estadual ainda não definiu que instituição financeira irá se responsabilizar pela conta única do Estado. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica estão na disputa (será que vamos sair do Bradesco?). Mauro Filho esteve na última quarta-feira reunido com representantes dos dois bancos em Brasília para realizar as negociações. O BB já enviou a sua proposta, e a Caixa garante que encaminhará a sua até o último dia útil do mês. A instituição financeira que ganhar a competição contará com uma grande fonte de recursos, tendo a prioridade sobre a realização de crédito consignado e para receber recursos de convênios estaduais.

Aumento na folha

A folha de pagamento do Estado, que compreende cerca de 135 mil funcionários, deve fechar esse ano, conforme Mauro Filho, em R$ 3,53 bilhões, o que significa um montante de R$ 272 milhões repassado mensalmente. A cifra é 7,9% maior que a registrado em 2006 e, se incluídas as ascensões e promoções funcionais, de acordo com os direitos previstos nos Planos de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), ´não deve ser inferior a 11%´.

Perguntinha incômoda? E o PISO, secretário? Já está incluído na nestes 7,9%?

Comentário do blog: será que as avestruzes do governo continuam com a cara enfiada no buraco sem se manifestar sobre o PISO SALARIAL?
Quer ler a notícia inteira? clique no link: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=498991
Continue acessando o blog todas as manhãs e não vá para a cama sem dar uma passadinha aqui. Mantenha-se bem informado.
A propósito, onde anda o prof. Pádua, o indormido?

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

APRENDENDO COM OS SAPOS

EDIÇÃO NOTURNA DE HOJE, dia 27 de dezembro de 2007
Caríssimos amigos e caríssimas amigas.
Enviou-nos um amigo, uma fábula, de autoria desconhecida, que passamos a socializar com todos vocês.


Lição de vida
Era uma vez um grupo de sapinhos...
… que organizou uma competição.
O objetivo era alcançar o topo de uma torre muito alta.

Uma multidão se juntou em volta da torre para ver a corrida e animar os competidores..
A corrida começou...
Sinceramente, ninguém, naquela multidão toda, realmente acreditava que sapinhos tão pequenos pudessem chegar ao topo da torre.
Eles diziam coisas como:
- "Oh, é difícil DEMAIS!!
Eles NUNCA vão chegar ao topo."
ou:
- "Eles não tem nenhuma chance de sucesso. A torre é muito alta!"
Os sapinhos começaram a cair. Um por um...
... Só alguns poucos continuaram a subir mais e mais alto...
A multidão continuava a gritar
- "É muito difícil!!! Ninguém vai conseguir!"
Outros sapinhos tentavam, se cansavam e desistiam...
...Mas UM continuou a subir, e a subir...
Esse não desistia!
No final de algum tempo, todos os sapinhos tinham desistido de subir a torre. A exceção era aquele sapinho teimoso que, depois de um grande esforço, foi o único a atingir o topo!
Naturalmente, todos os outros sapinhos queriam saber como ele conseguiu?
Um dos sapinhos perguntou ao campeão como ele conseguiu forças para atingir o objetivo?
O heroi não conseguiu responder porque era surdo. Eis o segredo de sua vitória!!!

Moral da fábula:
A propósito de nossa luta:
Nunca dê ouvidos aos pessimistas, aos nihilistas, aos que a vida brutalizou, àqueles cujo sofrimento baniu a esperança, tornando-os incrédulos e derrotistas...
…porque eles roubam de você os sonhos e desejos mais maravilhosos. Aqueles que você abriga no coração!

A CONFRATERNIZAÇÃO DE FINAL DE ANO










EDIÇÃO EXTRAORDINÁRIA DE HOJE, quinta feira, dia 27 de dezembro de 2007

Queridos amigos, queridas amigas
Na sexta feira passada, dia 21 de dezembro, um pequeno grupo de combatentes da ação Piso Salarial se reunião no Parque Recreio após a reunião no SINDESP. Lá estivemos acompanhado de nossa filha Adriana que gentilmente nos conduziu. Compareceram os colegas José Guedes e esposa, profas. Zaneir, Walda Weine, Margarida, Lizete Rios e Sandra Melo e os colegas profs. William. Nazareno e Jacinto Luciano.
Foi um momento de muita felicidade abrilhantado pelas poesias francesas que o Zé Guedes aprendeu no Colégio Cearense (fomos colegas lá), não faltando o bom humor e a irreverência proverbial e veterinária de nosso Jacinto Luciano. Lamentamos muitas ausências, todas relevantes como as do prof. Gadanha que se encontra em São Paulo, Rodrigues que se encontrava enfermo e da extraordinária lutadora profa. Sylvia Leão que tem sido de extrema dedicação a nossa causa, a causa do PISO SALARIAL. Se você clicar sobre as fotos elas serão ampliadas. Experimente.

DRUMMOND FALA POR NÓS...


EDIÇÃO MATUTINA DE HOJE, quinta feira, dia 27 de dezembro de 2007

Queridos amigos, queridas amigas

O poema de Drummond, de uma certa forma, retrata o nosso sentimento. Ao longo dos últimos vinte anos, nossos pequenos presentes de natal foram furtados por "papais noeis" perversos. Só não nos furtaram os sonhos e a esperança. E, seguramente, esse será o último natal de humilhações. Venceremos!


Papai Noel às Avessas
Carlos Drummond de Andrade
Papai Noel entrou pela porta dos fundos(no Brasil as chaminés não são praticáveis),entrou cauteloso que nem marido depois da farra.Tateando na escuridão torceu o comutador e a eletricidade bateu nas coisas resignadas,coisas que continuavam coisas no mistério do Natal.Papai Noel explorou a cozinha com olhos espertos,achou um queijo e comeu.
Depois tirou do bolso um cigarro que não quis acender.Teve medo talvez de pegar fogo nas barbas postiças(no Brasil os Papai-Noéis são todos de cara raspada)e avançou pelo corredor branco de luar.Aquele quarto é o das crianças. Papai Noel entrou compenetrado.
Os meninos dormiam sonhando outros natais muito mais lindos, mas os sapatos deles estavam cheinhos de brinquedos, soldados, mulheres, elefantes navios e um presidente de república de celulóide.
Papai Noel agachou-se e recolheu aquilo tudo no interminável lenço vermelho de alcobaça.Fez a trouxa e deu o nó, mas apertou tanto que lá dentro mulheres, elefantes, soldados, presidente brigavam por causa do aperto.
Os pequenos continuavam dormindo.Longe um galo comunicou o nascimento de Cristo.Papai Noel voltou de manso para a cozinha,apagou a luz, saiu pela porta dos fundos.
Na horta, o luar de Natal abençoava os legumes
.

Este poema foi publicado no livro "Alguma Poesia", Editora Pindorama, em 1930, primeiro livro do autor. Texto extraído de "Nova Reunião", Livraria José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1983, pág. 24.
Extraída do site:

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

RECORDANDO ANDERSEN

EDIÇÃO NOTURNA DE HOJE, dia 26 de dezembro de 2007
Caríssimos amigos, caríssimas amigas
Através do conto abaixo vamos recordar um classico de Andersen apropriado para a época de final de ano:

A Pequena Vendedora de Fósforos
Que frio tão atroz! Caía a neve, e a noite vinha por cima. Era dia de Natal. No meio do frio e da escuridão, uma pobre menina passou pela rua com a cabeça e os pés descobertos.
É verdade que tinha sapatos quando saiu de casa; mas não lhe serviram por muito tempo. Eram uns tênis enormes que sua mãe já havia usado: tão grandes, que a menina os perdeu quando atravessou a rua correndo, para que as carruagens que iam em direções opostas não lhe atropelassem.

A menina caminhava, pois, com os pezinhos descalços, que estavam vermelhos e azuis de frio, levava no avental algumas dúzias de caixas de fósforos e tinha na mão uma delas como amostra. Era um péssimo dia: nenhum comprador havia aparecido, e, por conseqüência, a menina não havia ganho nem um centavo. Tinha muita fome, muito frio e um aspecto miserável. Pobre menina! Os flocos de neve caiam sobre seus longos cabelos loiros, que caiam em lindos caracóis sobre o pescoço; porém, não pensava nos seus cabelos. Via a agitação das luzes através da janela; sentia-se o cheiro dos assados por todas as partes. Era dia de Natal, e nesta festa pensava a infeliz menina.

Sentou-se em uma pracinha, e se acomodou em um cantinho entre duas casas. O frio se apoderava dela, e inchava seus membros; mas não se atrevia a aparecer em sua casa; voltava com todos os fósforos e sem nenhuma moeda. Sua madrasta a maltrataria, e, além disso, na sua casa também fazia muito frio. Viviam debaixo do telhado, a casa não tinha teto, e o vento ali soprava com fúria, mesmo que as aberturas maiores haviam sido cobertas com palha e trapos velhos. Suas mãozinhas estavam quase duras de frio.

Ah! Quanto prazer lhe causaria esquentar-se com um fósforo! Se ela se atrevesse a tirar só um da caixa, riscaria na parece e aqueceria os dedos! Tirou um! Rich! Como iluminava e como esquentava! Tinha uma chama clara e quente, como de uma velinha, quando a rodeou com sua mão. Que luz tão bonita! A menina acreditava que estava sentada em uma chaminé de ferro, enfeitada com bolas e coberta com uma capa de latão reluzente. Luzia o fogo ali de uma forma tão linda! Esquentava tão bem! Mas tudo acaba no mundo. A menina estendeu seus pezinhos para esquentá-los também, mas a chama se apagou: não havia nada mais em sua mão além de um pedacinho de fósforo. Riscou outro, que acendeu e brilhou como o primeiro; e ali onde a luz caiu sobre a parede, fez-se tão transparente como uma gaze. A menina imaginou ver um salão, onde a mesa estava coberta por uma toalha branca resplandecente com finas porcelanas, e sobre a qual um peru assado e recheado de trufas exalava um cheiro delicioso. Oh surpresa! Oh felicidade! Logo teve a ilusão de que a ave saltava de seu prato para o chão, com o garfo e a faca cravados no peito, e rodava até chegar a seus pezinhos. Mas o segundo fósforo apagou-se, e ela não viu diante de si nada mais que a parede impenetrável e fria.
Acendeu um novo fósforo. Acreditou, então, que estava sentada perto de um magnífico nascimento: era mais bonito e maior que todos os que havia visto aqueles dias nas vitrines dos mais ricos comércios. Mil luzes ardiam nas arvorezinhas; os pastores e pastoras pareciam começar a sorrir para a menina. Esta, embelezada, levantou então as duas mãos, e o fósforo se apagou. Todas as luzes do nascimento se foram, e ela compreendeu, então, que não eram nada além de estrelas. Uma delas passou traçando uma linha de fogo no céu.

-Isto quer dizer que alguém morreu - pensou a menina; porque sua vovozinha, que era a única que havia sido boa com ela, mas que já não estava viva, havia lhe dito muitas vezes: "Quando cai uma estrela, é que uma alma sobe para o trono de Deus".

A menina ainda riscou outro fósforo na parede, e imaginou ver uma grande luz, no meio da qual estava sua avó em pé, e com um aspecto sublime e radiante. -Vovozinha! - gritou a menina. - Leve-me com você! Quando o fósforo se apagar, eu sei bem que não lhe verei mais! Você desaparecerá como a chaminé de ferro, como o peru assado e como o formoso nascimento! Depois se atreveu a riscar o resto da caixa, porque queria conservar a ilusão de que via sua avó, e os fósforos lhe abriram uma claridade vivíssima. Nunca a avó lhe havia parecido tão grande nem tão bonita. Pegou a menina nos braços, e as duas subiram no meio da luz até um lugar tão alto, que ali não fazia frio, nem se sentia fome, nem tristeza: até o trono de Deus. Quando raiou o dia seguinte, a menina continuava sentada entre as duas casas, com as bochechas vermelhas e um sorriso nos lábios. Morta, morta de frio na noite de Natal! O sol iluminou aquele terno ser, sentado ali com as caixas de fósforos, das quais uma havia sido riscada por completo.
-Queria esquentar-se, a pobrezinha! - disse alguém. Mas ninguém podia saber as coisas lindas que havia visto, nem em meio de que esplendor havia entrado com sua idosa avó no reino dos céus.
H.C. Andersen

UMA RECORDAÇÃO DE NATAL

EDIÇÃO DE HOJE, quarta feira, dia 26 de dezembro de 2007
Queridos amigos, queridas amigas
Ainda no clima de natal vamos reproduzir aqui o artigo da profa. Sylvia Leão, nossa colega, professora de Filosofia da UECE



Em torno do Natal

Quase havia me esquecido de ser Natal!
Desacostumada há anos da Missa do Galo, dos pais em aguardo com a mesa posta, dos adornos vermelhos, verdes e dourados, encaminhando os olhos e o paladar ao centro da mesa, de atravessar o longo corredor encerado com passadeira de veludo vermelho, da ridente e gorducha face de porcelana do Papai Noel, pendurada na parede, ao lado da Nossa Senhora do Perpétuo Socorro- em velha moldura de madeira com os frisos dourados, quase apagados; dos presentes que dava à mamãe, sabendo que iria usá-los logo em seguida; dos que dava ao papai, suspeitando que ele iria dar ao meu irmão, ao ponto de com o passar dos anos, eu por precaução vingativa, proibia na loja que houvesse a troca por um número maior, garantindo assim que o meu irmão não ficasse com o “meu presente”; da minha irmã, que combinávamos sempre o que iríamos dar uma a outra, de modo que pudéssemos trocar emprestado quando quiséssemos.
Da rua, eu me lembro, as portas das casas abertas, os amigos hoje envelhecidos como nós, com os filhos crescidos como os nossos, na época juvenis, ajuntávamo-nos, entrávamos e saíamos das casas, trocando lembranças, recordações agora comuns, dos Natais que partilhamos durante anos, sempre do mesmo jeito – era a Grande Noite esperada, aquela em que todos poderíamos dormir mais tarde, ficar acordados até depois da meia-noite, sem levar “carão”, pois podíamos entrar e sair da casa dos outros, em bandos, pedindo água, quebrando bibelôs, tocando campainhas e nos escondendo, a passos e risos largos.
Ainda há, na casa que hoje guardo em meus sonhos, no canto direito da cozinha, embaixo do basculante de vidro caraquento , o fogão branco, asas de ágata, tampas verdes e o botão vermelho do forno. De lá , daquela misteriosa caverna escura por dentro, exalavam os cheiros da Grande Noite, gratinados em chamas azuis, novinhas como o brilho das estrelas.
A toalha, a mesma, anos após anos, bordada a mão com árvores, pontes de bambu, cachos de uvas, riachos com garças, gueixas várias em atividades diversas, pagodes a cada palmo de mão e florzinhas e florzinhas e florzinhas que eu contava deitada no chão, pelo avesso, até ficar sonolenta.
A porcelana branca, completa, made in England, distribuída nos cinco lugares marcados e os talheres de prata, faqueiro antigo de muitos andares que meus olhos viam e o meu coração queria tanto que, um dia, fossem meus! Esse jogo cujas peças desde a infância eram cobiçadas, foram muitas vezes, aos poucos, subtraídas por mim mulher já feita, parida e de casa montada, em conluio com a velha empregada da mamãe, que me telefonava avisando a hora propícia para eu realizar o furto, pois a mamãe havia saído, e com certeza, iria demorar. A casa arrumada, cada quarto encerado com cera Cachopa, com seu tapete, e as camas, com suas colchas melhores, as cômodas coloniais oleadas com óleo de Peroba, os vestidos por sobre as colchas e as expectativas grudadas nos algarismos romanos do velho relógio de corda, pendurado na parede azul da sala de jantar.
As cadeiras de balanço na calçada, arrodeadas de velhos e crianças-nós, e depois, eles mais velhos ainda e nós adolescentes, já distribuídos em pares abraçados, de mãos dadas, andando daqui para acolá, impacientes com a obrigação do ritual de termos que ficar até meia-noite em casa com os pais, porque isso era besteira: o Natal era um dia como outro qualquer, nem éramos mais católicos, não acreditávamos mais em Deus, e além disso, o papai dormia cedo, eu não gostava de peru e tinha que ficar ali, sem fazer nada, perdendo tempo, enquanto podia estar namorando na Beira-Mar, estar com amigos, conversando e nos divertindo, como já tínhamos deixado tudo combinado, desde muito cedo.
Hoje já é quase Natal! Meus pais morreram, a casa está à venda, meus filhos crescidos provavelmente estão pensando como eu pensava na idade deles.
Eles ficarão conosco, por obrigação, até a meia noite! Não haverá surpresas embaixo da cama, cada um já escolheu o seu presente. Vou ver se eles se dispõem a ir à missa, não precisa ser a do Galo, qualquer uma serve, convenço-me, o que vale é a intenção!
A toalha japonesa está amarelada, com muitas manchas e pequenos furos, guardo-a com carinho, de lembrança apenas, não tem mais utilidade. A porcelana, mesmo incompleta, será usada. O faqueiro de prata, pedirei emprestado à minha irmã, ela o herdou.
O peru de Natal, que até hoje não gosto, ocupará o centro da mesa, das minhas lembranças. Não haverá cadeiras na calçada, pois não há amizade na vizinhança. A família se partiu com a partilha da herança, os bens herdados não foram os que constam no inventário.
Aguardo, oh! como aguardo, e guardo no coração a família mítica, itinerante, guiada pela Estrela, a depositar seu mais precioso dom entre palhas ou feno, quando o mais sublime dos poderes é estar ali, inocente diante da admiração do ser visto, contemplado, notado, querido – não importam os olhos, quer sejam de bois, ovelhas, reis, ou pais e mães.
Ser nascido, de novo, é poder ser contemplado. Não estar só, eis o maravilhoso e simples do Natal!

Sylvia Leão

domingo, 23 de dezembro de 2007

UMA PERDA IRREPARÁVEL PARA O BRASIL



EDIÇÃO DE HOJE, domingo, dia 22 de dezembro de 2007
Queridos amigos, queridas amigas
Abrimos um espaço neste blog para registrar nossa imensa tristeza pelo falecimento de D. Aloisio Lorscheider que tivemos o privilégio de conhecer e cujas virtudes pudemos admirar durante sua permanência em Fortaleza. Fica a imagem de um sorriso espontâneo que traduz a sua alegria por ter contribuído de maneira efetiva para o processo de redemocratização do país.

O cardeal d. Aloísio Lorscheider, arcebispo emérito de Aparecida (SP) nasceu em 8 de outubro de 1924, em Picada Geraldo, Estrela, no Rio Grande do Sul. Ingressou em 1934, no Seminário dos padres franciscanos, em Taquari, onde fez os cursos Ginasial e Colegial.
Em 1942, fez o noviciado e o primeiro ano de Filosofia no Convento São Boaventura, em Daltro Filho e Garibaldi (RS). Em 1944, foi transferido para o Convento Santo Antônio, em Divinópolis, Minas Gerais, onde terminou o curso de Filosofia e fez o curso de Teologia. Passou a adotar o nome religioso de Frei Aloísio, nome que conservou até o final de sua vida.
Na cidade mineira, concluiu os estudos de filosofia e teologia e obteve a ordenação presbiterial em agosto de 1948, tornando-se padre. Entre o ano seguinte e 1952, fez sua licenciatura e seu doutorado em Teologia Dogmática no Pontifício Ateneu Antoniano, em Roma, na Itália.
De volta ao Brasil, foi professor de Teologia Dogmática, Espiritualidade e Pastoral em Divinópolis até 1958. No mesmo ano, voltou ao Pontifício Ateneu Antoniano como professor de Teologia Dogmática e diretor dos estudantes, tarefas que exerceu até 1962.
Lorscheider foi nomeado bispo de Santo Ângelo (RS) em junho de 1962, onde permaneceu até 1973, quando foi nomeado arcebispo de Fortaleza (CE). Entre junho de 1968 e fevereiro de 1971, foi secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). De 1971 a 1978, atuou como presidente da entidade.
Durante o regime militar (1968-1985), foi um dos bispos de maior destaque na defesa dos direitos humanos, sendo um dos autores do documento redigido pela CNBB, em 1968, pedindo a volta do "funcionamento do Executivo, Legislativo e Judiciário, com a elaboração de uma Constituição eficaz".
Em Fortaleza, d. Aloísio atuou em favor da reforma agrária e pelo fim dos conflitos de terra no Estado do Ceará. Por isso, recebeu diversas ameaças de morte, teve dois cachorros envenenados e sofreu uma tentativa de intimidação com uma bomba caseira no jardim de sua casa. Três homens armados chegaram a tentar invadir a residência, mas foram descobertos.
D. Aloísio foi nomeado cardeal em abril de 1976, pelo papa Paulo VI. Entre 1976 e 1979, foi 1º vice-presidente e presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam). Em 1979, foi ainda um dos presidentes da III Conferência Geral dos Bispos da América Latina e do Caribe, em Puebla, no México.
Suas posições enérgicas em favor aos direitos humanos lhe renderam uma carta-advertência enviada pelo papa João Paulo II em 1988.
Em março de 1994, Lorscheider foi feito refém durante uma rebelião no Instituto Penal Paulo Sarasate, em Fortaleza, onde verificava as condições das instalações. Ele foi solto após quase 20 horas em poder dos detentos, que articulavam um plano de fuga.
No ano seguinte, d. Aloísio foi nomeado bispo de Aparecida, onde ficou até a sua renúncia, em 2004. Nos últimos três anos, viveu no convento franciscano do bairro de Ipanema, em Porto Alegre.

LEIA O NOSSO COMENTÁRIO NO SITE DE TERRA ON LINE:

Uma perda irreparável para o Brasil
Data: 23 Dec 2007 18:02:05 -0200

De: "Gilberto Telmo Sidney Marques" gtelmo@uol.com.br

Ao lado de D. Helder Câmara e de D. Evaristo Arns, D. Aluisio Lorscheider foi uma das vozes que nunca silenciaram na noite mais escura que se abateu sobre o nosso país durante 21 anos. Ao longo de toda a sua vida exemplar D. Lorescheider fez a opção preferencial pelos pobres, pelos oprimidos e humilhados e pelos perseguidos políticos. Não é só a Igreja que deve estar chorando a sua perda. Não só os cristãos devem chorar. A perda irreparável é de todo o povo brasileiro envergonhado e humilhado pelas trevas da corrupção e da pouca vergonha. O Brasil está definitivamente órfão, mais pobre, mais triste e mais sombrio -

Gilberto Telmo - prof. adjunto da UECE
Leia na íntegra a nota da OAB:
A morte de dom Aloísio Lorscheider evoca tempos heróicos, de resistência à ditadura militar e de obstinada militância em defesa dos direitos humanos. O período em que presidiu a CNBB - de 1971 a 1979 - corresponde ao mais duro e dramático da luta pela redemocratização do Brasil, em que teve papel decisivo, mostrando determinação e grande coragem pessoal.
Ao lado de Raymundo Faoro, que então presidia a OAB Nacional, dom Aloísio Lorscheider expressou os anseios da sociedade civil brasileira, no processo que então ficou conhecido como distensão política - e foi o primeiro passo concreto no rumo da redemocratização do país. Isso todos nós lhe ficamos devendo.
O temário de sua ação político-pastoral, que jamais cessou, permanece atualíssimo: defesa dos direitos humanos, reforma agrária e distribuição mais justa da renda nacional. A homenagem maior que a cidadania brasileira pode prestar à memória de dom Aloísio é a de manter acesa a chama dessas causas a que, com tanta coragem e dedicação, devotou seu admirável apostolado.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

VAMOS CONSTRUIR A VITÓRIA DEFINITIVA


EDIÇÃO DE HOJE, quinta feira, dia 20 de dezembro de 2007

Caríssimos amigos, caríssimas amigas


O ano está terminando e ainda persistem os motivos que nos levaram a essas ações iniciadas no mês de abril de 2007. Até o presente momento temos combatido o bom combate. Teimosamente.

Momentos de euforia são sucedidos por alguns outros de decepção. Decepção com as manobras sórdidas do governo que se afirma diante de nossa categoria como um mau pagador, um caloteiro.

Se, da parte do governo já esperávamos essa resistência, causou-nos espécie seu modus operandi. Provocaram nossa repulsa as armas nada convencionais utilizadas, as manobras subreptícias inconfessáveis ocorridas ao arrepio da ética e da lei.

Outra razão de nosso desencanto é a ação oportunista de alguns de nossos colegas que, além de não contribuirem para a nossa luta, ainda tentam sabotar nosso trabalho e desqualificar o trabalho competente e dedicado da advogada Glayddes Sindeaux.

Às vezes pode parecer que tais colegas estão a serviço do governo!!!

Mas, enquanto os cães ladram a caravana passa, diz o provérbio. E assim de maneira obstinada chegamos ao final de 2007 ainda sem o PISO SALARIAL em folha e no nosso bolso, mas na convicção de que ele está mais próximo de nós. E, com certeza, virá muito mais rápido se continuarmos acreditando e lutando.

Vamos continuar lutando pelos 117 companheiros que já não podem mais lutar. Pelos seus filhos e suas companheiras. Pelos colegas que estão enfermos e impossibilitados de nos acompanhar nessa caminhada. Pelos nossos familiares. Pela nossa dignidade. Pelas nossas instituições.

Nesses meses todos, uma cena nos impressionou e ficou marcada de maneira indelével na nossa retina. Em uma de nossas reuniões estávamos escutando as ponderações e as expectativas do prof. Gondim com seu jeito bonachão e otimista. Havia um pedido de liminar do governo do estado sustando a execução do PISO SALARIAL para ser apreciada por um amigo de sua infância, guindado à condição de desembargador do Tribunal Regional do Trabalho. O amigo seria sensível a nossa causa.

Mas, diferentemente daquilo que esperávamos, o desembargador capitulara. A notícia da concessão da liminar caiu pesadamente no nosso meio como um raio destruidor sobre um auditório atônito. A animação foi substituída por um clima de velório.

E o semblante do prof. Gondim se transformou. A decepção tomou o lugar da esperança. O riso se converteu em tristeza.

Pois bem, ainda que não tivéssemos nenhum outro motivo para lutar, valeria a pena trazer de volta o sorriso roubado do prof. Gondim. Hoje nós estamos partilhando da sua tristeza, dividindo conosco sua decepção.
Brevemente vamos dividir com ele muita alegria. A alegria daqueles que, combatendo o bom combate, souberam construir, com altivez e sem concessões, a vitória superlativa, completa e definitiva da justiça contra a insensibilidade e truculência.
VENCEREMOS!!!


EDIÇÃO DE HOJE, quinta feira, dia 20 de dezembro de 2007

Queridos amigos, queridas amigas

Do colega Alberto Victor Cintra recebemos o seguinte e-mail:

De: Alberto Vitor Ferreira Cintra Cintra [mailto:xcintra@hotmail.com] Enviada em: sábado, 15 de dezembro de 2007 08:23

Para: Manoel Lauro Volkmer de CastilhoAssunto:
Exmº Senhor Secretário,

Os professores da Universidade Estadual do Ceará, em decisão proclamada por essa Suprema Corte, ganharam a reimplantação do Piso Salarial que lhes foi substraído há vinte anos.

O Governo do Estado do Ceará descumprindo a decisão acima referida não fez a reimplantação do referido direito salarial. Estamos todos perplexos e infelizes com o fato, o que nos motivou a denúncia ora expressa. Há providências possíveis? Como teremos o nosso direito já reconhecido pelos ministros do STF restaurado? Estamos órfãos de justiça e necessitamos da intervenção da Suprema Corte de todos os cidadãos brasileiros.

Gratos ( em nome de vários colegas injustiçados)!


Prezado Senhor,

A propósito da mensagem abaixo, esclareço que com os poucos dados objetivos informados não foi possível identificar-se eventual processo judicial em trâmite por este Supremo Tribunal Federal.
Atenciosamente,

Nelson Parucker Jr.
Assessor
Gabinete do Secretário-Geral da Presidência do STF

De: Manoel Lauro Volkmer de Castilho Enviada em: segunda-feira, 17 de dezembro de 2007 10:23

Para: Nelson Parucker JuniorAssunto: ENC:
Trata-se de e-mail enviado ao Secretario Geral da Presidência do Supremo Tribunal Federal.

______________________________

Para que alguns colegas possam se dirigir ao Supremo Tribunal Federal vão abaixo algumas dicas, incluindo o número do processo. Essas informações foram publicadas neste blog no mês de abril.


1. Visita ao site do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL



1o. Passo: clicar na aba processos

2o. Passo: clicar em acompanhamento processual

3o. Passo: introduzir em número do processo: 284235

4o. Passo: clicar em RE 284235 que abrirá todo o histórico do processo. Há uma tarja azul que permite saber: recursos, petições, diário da justiça, jurisprudência, detalhes, deslocamento.

Clique a vontade.

Não paga nada e faz bem saber a via sacra que foi o percurso do processo ao longo de todo esse tempo ( de 05/10/2000) até o dia 09/02/2007

Só para lembrar: o nosso processo tem número no Supremo Tribunal Federal: 284235. Se você procurar pela parte SINDESP terá dificuldades porque existem vários processos e existe outro SINDESP.
Ritos finais no Supremo Tribunal Federal:
Acompanhamento Processual
RE/284235 - RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Origem:
CE - CEARÁ
Relator:
MIN. CEZAR PELUSO
Redator para acordão
RECTE.(S)
ESTADO DO CEARÁ
ADV.(A/S)
PGE-CE - JOÃO RÉGIS NOGUEIRA MATIAS E OUTRO
RECDO.(A/S)
SINDICATO DOS DOCENTES DE ENSINO SUPERIOR PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ - SINDESP
ADV.(A/S)
GLAYDDES MARIA SINDEAUX ESMERALDO E OUTROS
RECDO.(A/S)
LINO ANTÔNIO CAVALCANTE HOLANDA E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
REGINALDO S. HISSA
ADV.(A/S)
RODRIGO PENA BARBOSA
09/02/2007
BAIXA DEFINITIVA DOS AUTOS, GUIA NRO.:
788 - TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
05/02/2007
REMESSA DOS AUTOS
À SEÇÃO DE BAIXA DE PROCESSOS.
05/02/2007
TRANSITADO EM JULGADO
EM 1º.02.2007
07/12/2006
PUBLICADO ACORDAO, DJ:
DATA DE PUBLICAÇÃO DJ 07/12/2006 - ATA Nº 41/2006 -
01/12/2006
DECISAO PUBLICADA, DJ:
ATA Nº 33, de 21/11/2006 -
29/11/2006
PUBLICACAO, DJ:
22/11/2006
DESPACHO LIBERANDO PEÇAS PARA FORMALIZAÇÃO DO ACÓRDÃO
DESPACHO, DE 21/11/2006.
21/11/2006
JUNTADA
Decisão: A Turma negou provimento aos embargos de declaração no agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime. Presidiu o julgamento o Ministro Marco Aurélio. Não participou, justificadamente, deste julgamento o Ministro Carlos Britto. Ausente, justificadamente, o Ministro Sepúlveda Pertence. 1ª. Turma, 21.11.2006.

LEMBRETE: Amanhã acontecerá a reunião no SINDESP no horário das 9:00 h. Após a reunião haverá a comemoração de fim de ano para os que comparecerem. Não falte. A sua presença é indispensável. Vá abraçar seus amigos, suas amigas seus companheiros e suas companheiras de luta.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

CARTA RESPOSTA AOS SECRETÁRIOS DE ESTADO RENÉ BARREIRA E SILVANA PARENTE


EDIÇÃO DE HOJE, terça feira, dia 18 de dezembro de 2007

NO CAMINHO, COM MAIAKÓVSKI
"Na primeira noite, eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem; pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada." (Eduardo Alves da Costa).
EDUARDO ALVES DA COSTANiterói, RJ, 1936
Nota: Poema publicado no livro 'Os Cem Melhores Poetas Brasileiros do Século', organizado por José Nêumanne Pinto, pag. 218.
Cada um de nós recebeu em casa uma carta (xerox) assinada pelos secretários de Ciência e Tecnologia e Planejamento e Gestão, prepostos e serviçais do Governo do Estado. A interrogação é E O PISO SALARIAL?
Vamos reagir, gente!!!
Carta aos Senhores Secretários da Ciência, Tecnologia e Educação Superior e Planejamento e Gestão

Fortaleza, 18 de Dezembro de 2007


A Carta Oficial que recebemos dos Senhores Secretários, datada em 10 de Dezembro de 2007, quer-nos dizer o seguinte: voltem para a sala de aula, porque daqui a quatro anos, se vocês ainda estiverem vivos, irão ter o salário miserável que recebem agora, dobrado. Salário bruto, vale salientar!
Pudemos perceber que os Senhores Secretários estão a nos informar o que já sabíamos: o arrastado e difícil processo de negociação entre professores e os governos estaduais, para que nós possamos ter condições dignas de existência e de exercício da docência nas universidades públicas.
Indagamos: se os Senhores se vangloriam de o Governador, em seu primeiro dia de trabalho dele, ter recebido em audiência os nossos representantes, por que a nossa categoria precisou, mais uma vez, entrar e permanecer até hoje, em greve?
A iniciativa de ter instituído a “Mesa Permanente de Negociação”, a citá-los, “com a finalidade de ser instrumento democrático e garantidor da disposição política do Governo em tratar eventuais conflitos e diferenças de entendimento através do diálogo e em benefício dos interesses maiores da Sociedade e do Estado”, para nós tem sido permanentemente uma mesa, só mesa, sem cumprir a finalidade de beneficiar os interesses maiores da sociedade, nem do Estado. Apenas predominam os interesses do Governo do Estado.
Quanto aos nossos interesses, os dos professores das universidades públicas estaduais, os Senhores reconheceram oficialmente, nessa Carta, ser “uma antiga pauta de negociação”, podemos concluir pois que os Senhores Secretários demonstram ter conhecimento de o conjunto das nossas reivindicações não poder ser considerado à maneira de “eventuais conflitos e diferenças” .
Podemos afirmar que não há cessão por parte dos que nos receberam, à Mesa, pois os que nos receberam, apenas cumpriram formalmente o ritual de nos receber. Os Senhores Secretários leram os artigos do Prof. Mourão e da Profa. Adisía Sá?
Agora nós recebemos uma carta oficial, nas nossas residências, para nos informar acerca das muitas promessas do Governo Estadual, que tanto nós sabemos , quanto os Senhores Secretários o sabem, jamais se iniciaram em seu cumprimento: ter-nos concedido ABONO, não é cumprimento de promessa, posto ser um penduricalho paliativo nos nossos contra-cheques, a qualquer instante, passível de remoção. Tampouco a proposta impositiva do Estado que os Senhores secretariam, de nos pagar 100% em quatro anos, ignorando as necessidades reivindicadas pela nossa categoria.
As nossas carências, Senhores Secretários, as das universidades públicas estaduais, não se iniciaram no primeiro dia de trabalho do Governador do Estado, no dia 02 de janeiro! A atual proposta do Governo do Estado, é um abraço de náufrago, os que agora governam, embrenhados nos governos passados, continuam o mesmo processo de aniquilamento e desprezo planejado do espaço público do saber, da ciência, da cultura. Não seria essa a razão pela qual, no decorrer da Carta oficial, os Senhores teriam se esquecido de nomear natureza pública das universidades estaduais?
A propósito, sugerimos que além de os Senhores Secretários visitarem os campi universitários, como em uma das reuniões se dispuseram a fazê-lo, também nos explicassem o porquê da ocorrência dos muitos processos internos, assemelhados à privatização da UECE, que se efetivam através de cursos de pós-graduação pagos, convênios com institutos, países, a formarem uma verdadeira teia de venalidade entranhada nas nossas indigentes universidades públicas estaduais?
E o mais grave, Senhores Secretários, já que os senhores demonstraram saber o quanto iremos ganhar, os nossos endereços e os nossos nomes, por que não se propuseram nessa mesmíssima Carta, a explicar à nossa categoria, porque o Estado do Ceará não cumpriu a decisão do Supremo Tribunal Federal, que na data de 1o. de fevereiro de 2007, denegou o Recurso Extraordinário interposto pelo Governo do Estado do Ceará, tornando inquestionável e irreversível a reimplantação do piso salarial?
Não fosse bastante, Sra. Secretária, em representando o Estado do Ceará, por meio de expediente da SEPLAG, em pleno decorrer da execução da Sentença transitada em julgado, solicitou prorrogação de prazo para o cumprimento da ordem, até 15 de outubro de 2007, alegando exigüidade de tempo para a confecção das folhas de pagamento, o que foi deferido pela nobre e honrada Juíza Titular da 4a. Vara da Justiça do Trabalho da 7a. Região. O Estado do Ceará, confeccionou as folhas de pagamento e reimplantou o piso salarial, conforme oficialmente alegou?
Os nossos bolsos sabem que não! Mas isso embora seja aviltante, a nossa maior humilhação é a de termos a nossa cidadania constrangida nos seus princípios democráticos, é a “Terra da Luz” ter sido maculada pela desobediência civil do Governo do Estado do Ceará, que não cumpriu a ordem judicial, na prorrogação do prazo pedida e concedida.
Senhores Secretários, há um ensinamento proverbial- corruptio optimi pessima, pois o Estado do Ceará , a ser o ótimo representante do nosso Bem Comum, com esse fato da desobediência civil, tem-nos dado um péssimo exemplo da corrupção dos princípios que sustentam a Justiça, a Democracia, a República, os Direitos Humanos. Além de infringir o mínimo da boa convivência social, a regra de ouro da Ética- não faças ao outro aquilo que não queres que a ti seja feito.
Os Senhores Secretários devem ter ciência de que sentença do STF não se negocia, cumpre-se. Ao lado da “Mesa Permanente de Negociação”, sugerimos ser criada uma Mesa de Execução, a obrigar a que o próprio Governador do Estado e os que o secretariam, aprendam a cumprir a Lei, a respeitar a nossa Magna Carta, sem subterfúgios legalistas, sem cessões de favorecimentos políticos, sem interesses privados, sobrepondo-se aos fins públicos, sem aviltar a nobreza do Ciência do Direito, com o manuseio de má fé das legalistas façanhas protelatórias.
Ainda queremos saber mais, Senhores Secretários: alguns professores estão na causa do piso, outros não. Quero todos os nossos direitos, sem qualquer disjuntiva: ganhamos o piso e temos direito ao PCCV. Não vamos abrir mão de qualquer direito, não vamos assinar qualquer papel, abrindo mão de um direito para termos o outro reconhecido. Temos direito a ambos.
Assim como Governo do Estado, através dos Senhores Secretários, conclamam-nos à suspensão da greve, nós os conclamamos a pagarem o nosso Piso Salarial e a acatarem a proposta do PCCV da nossa categoria!
Entramos em greve por ter havido a suspensão unilateral das negociações do PCCV, em setembro, por parte do governo do Estado. Agora, os Senhores Secretários têm a certeza “ de que o retorno às aulas vai assegurar a imediata retomada de negociações, com o conseqüente envio do PCCV ao Poder Legislativo”. Bela falácia de raciocínio! Se os Senhores verdadeiramente estivessem empenhados na defesa das universidades públicas estaduais pagariam imediatamente o que já estão obrigados a nos pagar, por decisão do Supremo Tribunal Federal, o nosso Piso Salarial, e acatariam a proposta da nossa categoria, a dos 130% em dois anos!
Logo ao início da Carta Oficial, de cinco laudas, os Senhores apelam a “alguns minutos da minha atenção”, pareceu-nos uma inoportuna expressão de puro cinismo burocrático, como se nós não estivéssemos durante anos a fio, com as nossas vidas e atenção absolutamente voltadas para as universidades públicas e para as contínuas rasteiras que os governos estaduais nos têm dado. Mas a elas temos sobrevivido, mais amadurecidos e mais cientes do grandioso papel que exercemos na nossa cultura.
Mantemos vivificadas as universidades públicas estaduais, apesar dos próprios Governos Estaduais. A verdade é index sui, e nos tem ensinado a superar tanto as barreiras dos enganos, quanto a reconhecer os parentes dos falseamentos.
Senhores secretários, informem ao senhor Governador, que se o Governo do Estado quer o nosso retorno imediato às aulas, é simples: que ele imediatamente pague o PCCV, conforme a nossa proposta, e cumpra imediatamente a sentença do Supremo Tribunal Federal, a de reimplantar o piso salarial!

Os professores,
Prezado(a) amigo(a):
Dá para perceber que enquanto você está curtindo "férias" alguns companheiros estão pensando e agindo em função do PISO SALARIAL?
Associe-se a nós! Disponibilize-se! Venha somar conosco. Compareça às reuniões de sexta feira. Não deixe a chama apagar.
Vamos dividir tarefas e responsabilidades.
A sua luta é a nossa luta.
Um abraço fraterno!!!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

PISO SALARIAL: A NOSSA VOZ


EDIÇÃO DE HOJE, segunda feira, dia 17 de dezembro de 2007

Publicamos hoje para conhecimento de todos os colegas da UECE, URCA e UVA, o documento produzido pelo grupo, com subsídios fornecidos pela Dra. Glaydes Sindeaux e que constitui nossa carta de princípios a ser difundida no Brasil e no exterior, denunciando os abusos e o desacato cometidos pelo governo do estado.






PISO SALARIAL

O Sindicato dos Docentes do Ensino Público do Estado do Ceará - SINDESP, legítimo representante dos Professores da UECE, URCA e UVA, profundamente perturbado com a acintosa maneira como o Governo do Estado tem, nos últimos 20 anos, postergado nosso Piso Salarial, informa ao Povo do Ceará a VERDADE sobre a REIMPLANTAÇÃO do PISO SALARIAL da categoria.

Nosso piso salarial foi conquistado no ano de 1986, fruto de uma luta de 11 anos da categoria, instituído pela LEI No. 11.247, de 16 de dezembro de 1986 e pelo Decreto No.18.292, de 22 de dezembro de 1986, e implantado em janeiro de 1987.

Em abril de 1987, o Estado do Ceará, por seu então Governador, o atual Sen. Jereissati, formulou ADIN junto ao colendo SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, pleiteando a declaração de inconstitucionalidade da lei em comento, conseguindo a suspensão LIMINAR do PISO SALARIAL há mais de três meses implantado.

Mesmo com a posterior decisão do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, declarando as CONSTITUCIONALIDADES da LEI 11.247/86 e do Decreto No.18.292, revogando a liminar, as Universidades Estaduais (UECE, URCA e UVA) simplesmente não implantaram o Piso Salarial, obrigando o SINDESP a promover a competente Ação ante a Justiça do Trabalho.

Em todas as instâncias foi reconhecido o direito dos docentes à reimplantação do Piso Salarial. Dando ganho de causa ao SINDESP, dada a certeza e liquidez do constitucional e legal direito dos docentes.

O sempre derrotado réu, o mau empregador, usando e abusando da possibilidade de interpor recursos judiciais, ainda que de caráter meramente protelatório, conseguiu prolongar por mais de 20 anos a injustiça e o sofrimento dos Professores vítimas de inegável esbulho.

Hoje, 117 COMPANHEIROS ELENCADOS NO PROCESSO FALECERAM SEM QUE A JUSTIÇA FOSSE COMETIDA.

A 1°. de fevereiro de 2007, o colendo SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, denegou o Recurso Extraordinário interposto pelo mau empregador recorrente, tomando inquestionável e irreversível a REIMPLANTAÇÃO do PISO SALARIAL dos Professores representados pelo SINDESP.

Em pleno decorrer da execução de Sentença transitada em julgado, o Estado do Ceará, por meio de expediente da SEPLAG, solicitou do r. Juízo de Execução, a 4a. vara da Justiça do Trabalho da 7a. Região, prorrogação de prazo para o cumprimento da ordem, até 15 de outubro de 2007, alegando exigüidade de tempo para a confecção das folhas de pagamento, o que veio a ser deferido pela nobre e honrada Juíza Titular.
Ainda assim, esgotada a prorrogação de prazo pedida e concedida, o Estado do Ceará, em clara desobediência civil, até o dia 18 de outubro de 2007, simplesmente não cumpriu a ordem judicial, o que levou a honrada doutora Juíza Titular da 4a. Vara da Justiça do Trabalho da 7a. Região a determinar o bloqueio e seqüestro de recursos do erário estadual, no montante necessário ao pagamento legalmente devido.

Uma vez mais, litigando de má-fé, o devedor Estado do Ceará, intentando procrastinar o restabelecimento do direito líquido e certo dos Professores à reimplantação do Piso Salarial, formulou "reclamação constitucional" ao Tribunal Regional do Trabalho da 7a. Região, obrigando o SINDESP a apresentar Reclamação Correcional ao Tribunal Superior do Trabalho.
Destarte, no cumprimento do seu mister sindical, o SINDESP, protestando pelo Bom Direito e em defesa, também, do respeito devido ao Poder Judiciário, inclusive ao excelso SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, cujas decisões irrecorríveis devem ser, pura e simplesmente cumpridas, exige do Governo do Estado do Ceará, apelando até mesmo para o bom senso das autoridades responsáveis, seja, de pronto feita a reimplantação do PISO SALARIAL dos professores.

sábado, 15 de dezembro de 2007

EM LOUVOR A NIEMEYER:"EU ME ENVERGONHARIA DE FOSSE UM HOMEM RICO"


EDIÇÃO ESPECIAL DE HOJE, sábado, dia 15 de dezembro de 2007

DO QUERIDO AMIGO PROF. ATTICO CHASSOT, recebemos:
Meu querido Gilberto Telmo,
de todos os artigos que li, acerca do magno centenário de hoje, assunto de meu blogue de hoje, esse é dos mais emocionante.
saudades do
achassot
Artigo

O gênio da solidariedade, por Domenico Di Masi*

Nesta semana, a revista semanal Época dedica um grande espaço aos cem personagens mais importantes do Brasil. Cada um deles é apresentado por um outro personagem ilustre. Oscar Niemeyer é apresentado pelo próprio presidente Lula. Nenhum outro brasileiro, de fato, pareceria mais adequado para descrever um indiscutível, e universalmente amado, gênio como Niemeyer.

Lula escreve: "O meu amigo Oscar Niemeyer costuma dizer que a vida é mais importante que a arquitetura, sintetizando assim a sua filosofia existencial, a sua conduta profissional e a sua posição política. No momento de completar cem anos de uma existência rica e produtiva, Niemeyer oferece ao Brasil e ao mundo, além de uma obra arquitetônica de beleza inigualável, uma sincera lição de humanismo, de amor e de solidariedade ao próximo. Ainda mais que as suas obras, ele representa o exemplo monumental do artista que nunca se contaminou com o luxo, o poder e a glória, que se insurgiu contra todos os tipos de injustiça e desigualdade e que ama, acima de tudo, o povo de seu país". Nenhum presidente, de nenhuma nação no mundo, poderia dizer o mesmo de um cidadão seu.

Em 15 de dezembro de 2007, Oscar Niemeyer completa cem anos e o Brasil inteiro - do palácio às favelas - se preparou para este dia com uma grande emoção coletiva. E enquanto festeja o seu máximo arquiteto - não como um ídolo, mas como um modelo de vida - no mundo inteiro, de Nápoles a Tóquio, inauguram-se mostras sobre suas obras e se realizam seminários para decifrar a beleza de seus projetos, simples e surpreendentes ao mesmo tempo.

Mas por que este velhinho pequeno e ainda sagaz exerce tanto fascínio e marca, de modo muito decisivo, a arquitetura e a vida do nosso tempo?

Hoje não existe cidade - de Barcelona a Dubai, de Bilbao a Roma - que não possua a ambição de redesenhar a si mesma e a seu próprio perfil, confiando grandes obras aos denominados arquistar: os grandes nomes da arquitetura contemporânea; de Norman Forster a Renzo Piano, de Adid a Jean Nouvel, de Fuxas a Calatrava. Mas Niemeyer precedeu essa tendência de meio século e - único no mundo - realizou mais de 600 construções com as quais mudou a face
do Brasil e imprimiu uma transformação na arquitetura de todo o planeta: da Argélia à Espanha, da França aos Estados Unidos. Algumas de suas construções, como o edifício das Nações Unidas em Nova York ou a catedral de Brasília, já fazem parte imprescindível da iconografia mundial, ao lado da Torre Eiffel ou da cúpula de São Pedro.

Mas há outras boas razões que fazem de Niemeyer um gênio singular. É o único, talvez, em toda a história da arquitetura, a ter projetado e construído uma cidade inteira: a primeira cidade nascida depois do advento
do automóvel, uma metrópole realizada em quatro anos, sob o impulso do presidente Juscelino Kubitschek.

A outra razão pela qual Niemeyer é uma figura singular consiste no fato de que, com ele, pela primeira vez, o Terceiro Mundo se expressou através de uma arquitetura profundamente indígena e capaz, todavia, de competir, em razão da audácia tecnológica e da pureza de formas, com a grande arquitetura
do Primeiro Mundo; de confrontar-se, com cabeça erguida, com os Gropius e com os Le Corbusier. Este último, além disso, assinou com Niemeyer duas
construções: aquela já lembrada das Nações Unidas e a do Rio de Janeiro destinada ao Ministério da Cultura.

No dia de seu centésimo aniversário, almoçarei com Niemeyer e com seus amigos mais queridos.
Sei já o que nos diremos. Como sempre, recordaremos os anos em que estávamos em Paris: eu como estudante e ele como exilado, ambos sem dinheiro. E então Oscar retomará, como sempre, o argumento que mais o angustia: os pobres de seu país, os sofredores da terra, as ditaduras a derrotar, as opressões a eliminar.
O seu escritório, simples e incomparável, onde nasceram todas as suas obras-primas, encher-se-á, gradualmente, de sombras e de esperanças, porque
Niemeyer, nunca pessimista, permanece convicto de que a parte sã da humanidade prevalece sempre sobre a parte doente.
Devo confessar: sou feliz por ser amigo deste gênio leal. E estou orgulhoso de que ele me tenha presenteado com o projeto de um auditório que está
surgindo em Ravello, no sul da Itália, de onde milhões de emigrantes partiram para o Brasil.
Com esta obra única e genial como o seu projetista, renova-se a grande amizade entre os dois povos daqui e de além-mar, no sinal de solidariedade.
Não por acaso Niemeyer costuma dizer: "Um senso de solidariedade me acompanhou por toda a vida. Eu me envergonharia se fosse um homem rico".
Domenico Di Masi*
*Sociólogo e escritor
Caríssimos amigos, caríssimas amigas, esta é nossa singelíssima homenagem ao humanista Oscar Niemeyer, cujo exemplo dve nos inspírar a cada momento de nossas vidas.

PUXA-SAQUISMO VERGONHOSO


EDIÇÃO DE HOJE, sábado, dia 15 de dezembro de 2007

Queridos amigos e queridas amigas

Abra o link abaixo e leia o artigo e os comentários de uma ridícula declaração de puxa-saquismo vulgar escrita por um de nossos algozes para o algoz-mor, publicada na página de Opinião do Jornal O POVO de sexta feira:


É só clicar no link acima.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

RESPONDENDO AOS PREPOSTOS DO GOVERNO




EDIÇÃO DE HOJE, sexta feira, dia 14 de dezembro de 2007



A ROSA É PARA TODOS AQUELES QUE ACREDITAM E LUTAM PELO PISO SALARIAL
CARTA ABERTA

“Alguns minutos de sua atenção”???
Sr. René Barreira e Sra. Silvana Parente.
A carta fotocopiada que recebemos dos senhores quer dizer o seguinte: voltem para a sala de aula, porque daqui a quatro anos, se vocês ainda estiverem vivos, irão ter o salário miserável que recebem agora, dobrado. Salário bruto, vale salientar! Em alguns minutos pude perceber que os senhores secretários estão a nos informar o que já sabíamos: o arrastado e difícil processo de negociação entre professores e os governos estaduais, para que nós possamos ter condições dignas de existência e de exercício da docência nas universidades públicas. Indago: se os senhores se vangloriam do “feito inédito” do Governador, no primeiro dia de trabalho, ter recebido os nossos representantes, porque a nossa categoria precisou, mais uma vez, entrar em greve? A “Mesa de Negociação” tem sido mesa, só mesa, sem negociação. Não há cessão por parte dos que nos receberam pois os que nos receberam, apenas cumpriram formalmente o ritual de nos receber. Os senhores leram o artigo do Prof. Mourão, da Profa. Adísia Sá? Agora eu recebo uma carta, na minha casa, para me informar da promessa que não foi cumprida: ABONO, não é cumprimento de promessa, tampouco a proposta estapafúrdia de 100% em quatro anos. As nossas carências, as da sociedade cearense, portanto as das universidades públicas, não se iniciaram no primeiro dia de trabalho do Governador do Estado, no dia 02 de janeiro! A atual proposta é um abraço de náufrago, pois os senhores que agora governam, embrenhados nos governos passados, continuam o mesmo processo de aniquilamento e desprezo planejado do espaço público do saber, da ciência, da cultura. Que tal se os senhores além de visitarem os campi universitários, explicassem-nos o porquê dos processos internos de privatização da UECE, através de cursos de pós-graduação pagos, convênios com institutos, países, que formam uma verdadeira teia de venalidade entranhada nas nossas instituições públicas? E o mais grave, senhores secretários, já que os senhores sabem quanto iremos ganhar, o nosso endereço, o nosso nome, porque não deram uma palavra sequer sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal, que nos deu ganho de causa, (nós ganhamos e o Estado que vocês secretariam perdeu) explicando-nos o porquê de até agora terem postergado a reimplantação do piso salarial? Os senhores devem saber que decisão do STF não se negocia, cumpre-se. Ao lado da Mesa de Negociação, sugiro ser criada uma Mesa de Execução, a obrigar a que os senhores que secretariam o Governo do Estado, aprendam a cumprir a Lei, sem subterfúgios legalistas, sem cessões de favorecimentos políticos, sem interesses privados sobrepondo-se aos fins públicos, sem a cínica façanha protelatória. Ainda quero saber mais, senhores secretários: alguns professores estão na causa do piso, outros não. Eu quero todos os meus direitos, sem qualquer disjuntiva: ganhei o piso e tenho direito ao PCCV. Não vou abrir mão de qualquer direito, não vou assinar qualquer papel, abrindo mão de um direito para ter o outro reconhecido. Tenho direito a ambos. E os professores que estão no PCCV, uma vez o piso reimplantado, haverá mais outra batalha. Querem saber mais, senhores secretários? Assim como os senhores nos conclamam à suspensão da greve, nós os conclamamos a pagarem o nosso piso e a acatarem a proposta do PCCV da nossa categoria! Entramos em greve por ter havido a suspensão unilateral das negociações, por parte do governo do Estado. Agora os senhores têm certeza de que se retornarmos às aulas, as negociações serão retomadas. Bela falácia de raciocínio! Se os senhores verdadeiramente estivessem empenhados na defesa das universidades públicas estaduais pagariam imediatamente o que já estão obrigados a pagar: o piso salarial e os 130% em dois anos! A valer mesmo, merecemos os 130% também para já !!! O apelo a alguns minutos da minha atenção pareceu-me uma inoportuna expressão de puro cinismo burocrático, como se nós não estivéssemos durante anos a fio, com as nossas vidas e atenção absolutamente voltadas para as universidades públicas e para as contínuas rasteiras que os governos estaduais nos têm dado. Mas a elas temos sobrevivido, mais amadurecidos e mais cientes do grandioso papel que exercemos na nossa cultura. Mantemos vivificadas as universidades públicas estaduais, apesar do próprio Governo do Estado. A verdade é index sui, e nos tem ensinado a superar tanto as barreiras dos enganos, quanto a reconhecer os parentes dos falseamentos.
Senhores secretários, informem ao senhor Governador, que se o Governo do Estado quer o retorno imediato às aulas, é simples: que ele imediatamente pague o PCCV, conforme a nossa proposta e cumpra imediatamente a sentença do Supremo Tribunal Federal de reimplantar o piso salarial!

Sylvia Leão
Filosofia - UECE



É isso aí profa. Sylvia Leão



Nota: hoje houve a reunião no SINDESP. O documento tão aguardado foi produzido por uma equipe e devidamente assinado pelo presidente do SINDESP. Agora seré remetido a quem de direito.



Vamos por a boca no trombone.



Agradecemos as manifestações de solidariedade dos Prof. Pádua, Alberto Cintra, Gadanha (de São Paulo), Arnoldo Parente e Sylvia Leão. Estamos repousando e convalescendo, mas acompanhando a luta em contato permanente com os coordenadores Sandra Melo, José Guedes, William Guimarães, Francisco Rodrigues e Fernandes.
Leia no site do jornal O POVO e analise o artigo e os comentários:
http://www.opovo.com.br/opovo/opiniao/752296.html


A GRANDE OFENSIVA VAI COMEÇAR!!! VENCEREMOS!!!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

VOCÊ RECEBEU CARTA DO SECRETARIO? QUE CHIQUE!!!


EDIÇÃO DE HOJE, quinta feira, dia 13 de dezembro de 2007

Queridos amigos, queridas amigas


Recebemos a carta dos serviçais do governo do estado. Fingem desconhecer a questão PISO SALARIAL. E daí?

Mais que nunca estamos convencidos de que é hora de por a boca no trombone. Vamos reagir, gente. Estamos aqui imobilizado e impaciente. Mas, homens e mulheres de cabelos já embranquecidos não precisam de um convalescente para continuar lutando. Vamos a luta companheiros. O SINDESP mais que nunca deve assumir a causa denuciando aos quatro cantos do mundo o desprezo do governo a uma decisão do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. E O SINDESP SOMOS NÓS> VAMOS COBRAR AÇÂO DE SUA DIRETORIA!!!


Leia agora a carta da companheira Sandra Melo ao sr. secretário.

Carta Aberta ao Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Educação Superior e à Secretária de Estado de Planejamento e Gestão. Ontem,13 de dezembro de 2007, recebi uma correspondência em minha residência do Governo do Estado do Ceará, assinado por dois Secretários de Estado, informando dos compromissos que havia assumido, ao longo deste ano de 2007, com a categoria das três instituições de ensino superior do Estado( UECE,URCA,UVA).Pois bem senhores, gostaria de lhes informar que li atentamente a tese que respalda suas argumentações, algumas até procedentes, no sentido de sensibilizar os professores para o retorno às aulas. Não obstante, confesso a minha perplexidade com a omissão de um dos aspectos mais importantes para a categoria: a reimplantação imediata do Piso Salarial dos professores, haja vista que o mesmo já teve o seu mérito devidamente apreciado e julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Tal "omissão" é de extrema gravidade porque fere profundamente as regras elementares da democracia vigente no país.Este fato é o que há de mais grave neste momento histórico do Ceará. É um acinte à ordem estabelecida no país. Ao não mencionar a questão do Piso Salarial dos professores no documento oficial enviado às nossas residências , o primeiro escalão do governo assumiu uma posição de cumplicidade aos que se colocam acima da lei, do direito, da justiça. Afinal, como já diz o adágio popular, "quem cala consente". E no caso específico do Piso Salarial isso é crime, é um atentado à Carta Magna vigente.E quem é capaz de "rasgar" a contituição do seu país, será também capaz de descumprir contrato com orgãos nacionais, internacionais, desrespeitar os Direitos Humanos, o Estatuto do Idoso e tantos outros princípios e leis que são assegurados constitucionalmente.Aproveito a oportunidade para convidar a todo e qualquer "cidadão de bem " a denunciar publicamente o que está acontecendo aqui no Estado do Ceará. Principalmente os professores, vítimas desta arbitrariedade, devem manter a chama da luta acesa para que governos tirânicos não possam descumprir direitos trabalhistas já conquistados e respaldados pelo Supremo Tribunal Federal. Caso contrário, correremos o risco de voltar à barbárie em pleno século XXI

Sandra Maria Pereira Melo

LEMBRE-SE: AMANHÃ TEM REUNIÃO NO SINDESP ÀS 9:00 h. COMPAREÇA. VÁ COBRAR AÇÃO DA DIRETORIA DO SINDESP.
Recebemos do prezadíssimo amigo prof. José Maria de Santiago
MEU JOVEM TELMO,
BOA NOITE,

Tentei ligar para você e não consegui. Agora estou usando o e-mail para não lhe importunar no seu processo de recuperação.
COMO VOCÊ ESTÁ? Rogo a DEUS que esteja BEM.
Quanto ao piso, gostaria de sugerir que alguém envie documentos para ISTO É, VEJA, BAND NEWS, RADIO BAND que através disto o Brasil inteiro vai tomar conhecimento do desacato ao Supremo Tribunal Federal. SUGIRA isto a alguém com urgência e documentos que comprovem a realidade.
Torço por você e dê um abraço na Lili. Torço pelo seu breve retorno e convivio conosco.
Grato,
Prof. Santiago
Obrigado por tudo e especialmente pelo "jovem".