EDIÇÃO DE HOJE, DOMINGO DIA 07 DE OUTUBRO DE 2012
QUERIDOS AMIGOS, QUERIDAS AMIGAS
Para matar nossas saudades, depois de algum tempo retorna o nosso amigo Cajuaz. Leiamos seu e-mail:
Meus amigos.
Paz e Bem!
Não percamos a capacidade de nos indignarmos
contra os desmandos de determinadas classes de
pessoas.Reflitam.
Shalom Cajuaz
Vamos degustar esta excelente peça literária que traduz sua indignação:
INTERROGAÇÕES
O homem, desde tempos remotos, vive mergulhado
em dúvidas, muitas filosóficas e existenciais, e no meio de tantas indagações,procura encontrar respostas
para algumas delas. De onde vim? Para onde vou? Qual o sentido da
vida? Existe a vida além-túmulo e outras mais.
Dentro dessas outras mais, duas são colocadas
à reflexão em razão da decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a
reimplantação do piso salarial dos professores das Universidades Estaduais do
Ceará, sua consequente execução e uma recente liminar suspendendo essa execução
iniciada quatro meses atrás: uma,o que é Verdade e outra o que é Justiça, pois muitos agem de
maneira errada e dizem que estão com a verdade e com a justiça.
Em ambas
tem-se a resposta de um personagem divino: Jesus Cristo.
No
processo de sua condenação, se é que se pode chamar de processo aquela ópera bufa
do Império Romano, Pilatos voltou-se para o Divino Mestre e fez-lhe a seguinte
pergunta: Quid sit veritas? – O que é
verdade?
O mestre não titubeou, mesmo sabendo que
aquela resposta poderia ser-lhe prejudicial, e sentenciou: Ego sum via, veritas et vita. Eu sou o caminho, a verdade e a
vida. Então Deus é a própria verdade. Quem se afasta da verdade, quem procura
subterfúgios escusos, busca a mentira, apanágio do Príncipe das Trevas. A
grande verdade é esta: A verdade é Deus.
Na prática, o Doutor Angélico,Tomás de Aquino,saindo
do plano religioso e entrando no filosófico, deu-nos uma noção exata de verdade:
Veritas est adequatio rei et intellectus,
isto é, a verdade é a adequação da coisa com o conhecimento ou a adequação do
conhecimento com a coisa.
E... o que é justiça? Quid sit justitia? Quid sit Jus? De novo ,Jesus dá uma resposta magistral:
Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Eis o que é justiça: dar ao outro aquilo que lhe pertence
seja material ou espiritual.
Mais
tarde este mesmo conceito é dado por Simônides, lapidado depois por Ulpiano e
outros juristas romanos: Suum cuique
tribuere. A justiça é dar a cada um
o que lhe pertence.
Chega-se,
pois, à conclusão de que o direito é o objeto da justiça.
Isso vem
a propósito por causa da recente liminar concedida pelo Dr. Judicael Sudário de
Pinho à Procuradoria do Estado, litisconsorte de má fé, sustando o bloqueio de
recursos do Estado necessários à execução da reimplantação do piso salarial dos
professores das universidades. Quem é que está com a verdade e com a justiça? O Supremo
Tribunal Federal, colegiado que decidiu,e
o Tribunal do Trabalho- 7ª.Região,entidade que executa ou o Juiz outorgante da
liminar?Se não é trágico,um simples magistrado querer derrubar um decisão da Suprema Corte,é,pelo
menos,cômico.
Quase
três décadas são passadas para a Justiça assegurar o direito dos mestres; quase
cinco anos, iniciou-se o processo de execução e quase cinco meses a Justiça do
Trabalho iniciou a execução da sentença
transitado em julgado; quase três décadas o Estado,com argumentos simplesmente
protelatórios, tenta desmoralizar a decisão da Suprema Corte Brasileira de Justiça. Por que só após cinco meses de
aceitação da decisão e início da execução, surge um juiz substituto com uma liminar para sustá-la?
Parece brincadeira e com coisa séria não se
brinca. Violar direito já reconhecido pela justiça é acabar com o estado de
direito, é voltar à barbárie e aí manda quem tem força, poder e dinheiro. Será
o fim!Simples professor, sou leigo no assunto, mas raciocino. De justiça só
entendo o óbvio ululante que é dar aos querelantes aquilo que cada um tem
direito depois de um exame acurado e não perfunctório dos fatos nas idas e
vindas do processo. Chegou-se aos finalmentes, foi decidido, acabou-se. Mas...
Na administração
da justiça, sabe-se, existem o tribunal e a figura do juiz que vão decidir, após
acurado exame dos fatos, dos depoimentos
e demais argumentos favoráveis ou
desfavoráveis existentes nos autos e proclamar quem de fato tem direito para
lhe fazer justiça. Isso acontecido, cumpra-se a decisão.
O que é o
tribunal de justiça? No sistema jurídico brasileiro é um órgão colegiado formado
pelos desembargadores que administram a justiça. Então o tribunal de justiça é
a casa da justiça. Beleza.
E o juiz?
É o cidadão investido de autoridade pública com o poder para exercer a
atividade jurisdicional, julgando os
conflitos de interesses que são submetidos à sua apreciação. Ele vai dizer,à
luz das provas e das contraprovas quem tem ou não tem razão, quem tem ou não tem
direito. Isso ele deve fazer não a seu bel-prazer,mas com fundamento no leu e ouviu e consummatum est. Depois disso,não deve haver mais demoras. Ganhou
quem tinha direito,perdeu quem não o tinha.É o caso do piso.Os professores
ganharam.O Estado perdeu.Aceite o Estado e cumpra a decisão judicial.Agora,para
os professores,há o “ magnum periculum in mora”, o grande perigo na demora.Já são três décadas
esperando essa decisão.Uma vida.Condene-se,pois,ao ostracismo e a mande para os quintos dos infernos aquela
cantilena boba e idiota de que “A
justiça tarda, mas não falha”, pois a justiça falha quando tarda. Eia, pois, coragem
e imparcialidade, administradores da justiça!
A justiça
deve ser o principio básico que objetiva manter a ordem social. Por isso é
grande o valor do juiz que deve ser ornado com as qualidades necessárias para o
bom desempenho de sua missão.
Entre elas destacam-se: competência, aptidão para o exercício da função; equilíbrio, não
dar nem menos, nem mais, nem retirar nem menos,nem mais; coragem, não agir por
medo nem dos poderosos,nem dos
governantes,nem dos ricos ; finalmente, imparcialidade, não ter par, não estar nem à
direita, nem à esquerda, mas no centro, como eixo-pião, servindo de ponto de
gravitação indispensável à ordem e necessário à superação de todos os
desconsertos. Por isso quem diz juiz, diz imparcialidade.
Não sou
conselheiro, nem tenho competência para
sê-lo, não sou professor de direito ,nem
de moral , mas tenho,acredito,bom senso. Para mim, o juiz verdadeiro deve ser
íntegro, corajoso, confiável; não deve se esforçar para agradar, mas para dar
direito a quem o tem; imparcial, se prende, também liberta; se condena, também
absolve; não extrapolar em suas decisões, pois ele “não cria nem constrói a
justiça”.Numa palavra,aquele que administra a justiça deve ter vergonha.
Só um
juiz verdadeiro pode ser um verdadeiro juiz.
Assim, no
exercício da Justiça, o verdadeiro juiz não
se esquece de atuar de acordo com os fatos e os argumentos com consciência e não segundo seus interesses
ou os de seus amigos ou os dos poderosos ou os das autoridades.
Como no poder executivo, o governante é apenas
gestor da coisa pública, também no judiciário, o juiz é apenas o administrador
da justiça. Ele é, simplesmente, o proclamador da justiça que faz voltar o
direito para quem o reclamou julgando que tinha este direito.
Conclusões,
eu não as tiro. Como os latinos, eu digo: Intelligenti
pauca, para o inteligente poucas coisas são suficientes.
A sociedade ainda acredita no primado da
justiça que transporá a ira dos maus e as ameaças dos déspotas e garantirá que
o simples cidadão, ao procurá-la quando lesionado em seus direitos, encontrará essa
imparcialidade, auréola do juiz e garantia do estado de direito e da democracia
e terá a certeza de que jamais a verdade será enxovalhada pelos farrapos da
mentira, pois a Escritura Sagrada diz que “Veritas
liberabit vos”, a verdade vos libertará.
Prof. José Cajuaz Filho
Mais doações:
Registramos aqui mais algumas doações:
ACÁCIO LIMA DE FREITAS
CLEIDE
QUEVEDO QUIXADÁ
ELVIRA
SÁ DE MORAIS
KATIA
VERÔNICA COUTINHO d’AGUIAR
JOSÉ
OFIR SOUSA DE CASTRO
7 comentários:
Muito bom o artigo do Prof Cajuais. Sugiro aos amigos que êsse artigo seja socializado na imprensa com os devidos pormenores para que possa ser bem entendido pelos leitores em geral de nosso Estado e de outros Estados do Brasil, inclusive a Capital da república.
Parabéns ao Prof Cajuais, sua colaboração sempre deixa rastros de virtudes.
Devemos procurar nossa advogada para cobrar providencias.
Devemos manter contato com nossa advogada.
O que dizem nossos colegas advogados?
Algo precisa ser feito! E logo!
Sugiro entrarmos em contato com o Deputado Heitor Férrer, homem íntegro, que luta em defesa do bem, e o deixarmos ciente de todos os acontecimentos.
O Dep. Estadual, ex candidato a prefeito de Fortaleza, Heitor Ferrer, agora aliado do Governador Cid Ferreira Gomes, padrinho polìtico do cãodidato a Prefeito, no segundo turno, Roberto Claudio, tira de vez, agora, sua máscara e a do seu partido, PDT, ao se aliar ao PSB nas eleiçôes municipais de 2012. Assim sendo, esqueção de vez este Dep. Estadual, ele já não é mais o mesmo, agora é ex cãodidato puxadinho.
Concordo com o Rodrigo Madeiro. Acho que não custa nada colocar o Deputado Heitor a par dessa situação. Se ele puder, provavelmente ajudará.
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