2a. EDIÇÃO DE HOJE, QUARTA FEIRA, DIA 19 DE DEZEMBRO DE 2012
QUERIDOS AMIGOS, QUERIDAS AMIGAS
Sem mais delongas vamos degustar o excelente artigo de nosso amigo Cajuaz Filho:
Terminou o julgamento dos envolvidos no
escândalo do mensalão. O pensamento era o final com uma baita de pizza calabresa. Não foi bem assim. O Supremo disse que ainda existe justiça neste Pais e que os inocentes devem ser absolvidos e os
culpados, punidos.
Sentiu-se isso pelas palavras do
Ministro Celso de Mello ao justificar seu voto a favor da cassação dos
deputados réus. A decisão do Supremo causou frisson no Legislativo quanto à cassação do mandato dos
excelentíssimos senhores deputados federais envolvidos nessa falcatrua,
não quanto ao envolvimento deles nessas
ações criminosas.
Depois da decisão da perda dos mandatos, o Presidente
da Câmara Federal acusa o Supremo Tribunal Federal de “ingerência e de invasão
nas prerrogativas do Congresso”. Como resposta, o deputado Rubens Bueno, líder do
PPS retrucou: “O Congresso deve encarar com tranquilidade a decisão do STF”.Em
seguida fez a seguinte indagação: “A quem cabe
dirimir as dúvidas constitucionais no País? “ Ele mesmo responde: É ao
STF e ponto.Não há o que discutir,gostemos ou não.
Certamente prevendo esse
corporativismo doentio e prejudicial à moralidade, o Ministro Celso de Mello,
na sua justificativa afirmou que descumprir uma eventual decisão da Suprema
Corte é inaceitável e irresponsável; que é inadmissível o comportamento de quem,
demonstrando não possuir o senso de institucionalidade, proclame não cumprir
decisão transitada em julgado por órgão incumbido pela Constituição de ser o
guardião da Constituição Federal e que,pela própria Constituição, detém a
palavra final em matéria constitucional; que “o não cumprimento de ordem
judicial por agente público pode significar crime de prevaricação. Portanto
comete crime de prevaricação o agente que em ofício deixa de praticar,retarda
ou frustra execução de ordem judicial de acordo com o Código Penal que também
estabelece pena de detenção de três
meses a um ano.
Esse foi o imbróglio do mensalão. Mutatis
mutandis, as advertências feitas pelo Ministro cabem muito bem ao affaire
tupiniquim do piso salarial dos professores das universidades estaduais do Ceará
cuja decisão também causou frisson no Governo do Estado e na Procuradoria Geral
do Estado.Se não for verdade é mera coincidência.
Há semelhança com tudo o que o Ministro
falou: 1) A ação já foi transitada em julgado. 2) Houve a decisão da Suprema
Corte.3)Veio para execução pelo Tribunal Regional do Trabalho- 7ª.Região – 4ª.
Vara. 4) Foi iniciado o processo de execução da decisão.
Agora surgem os doutores da lei que
tentam desmoralizar e achincalhar a
decisão da Suprema Corte: a Procuradoria Geral do Estado, o Ministério Público
Estadual e, mais recentemente,o Juiz Judicael Sudário de Pinho que concedeu
liminar,suspendendo a execução da implantação do piso salarial,não se sabe por
quê (*).
Será
que esses agentes públicos desconhecem o que o Ministro Celso de Mello afirmou:
Obstruir uma decisão judicial é crime de prevaricação e dá cadeia para aqueles
que deixam de praticar, retardam ou frustram
execução de ordem judicial?
Senhores administradores da Justiça
Trabalhista do Ceará sejam intemeratos e intimoratos. Façam valer a decisão da
Suprema Corte, defendam-na, demonstrem que a Justiça está acima dos laços
familiares,da amizade, dos favores , do medo, da covardia e da subserviência e mandem o governo do Estado
cumprir a decisão da Suprema Corte
cominando-o com as penas previstas em lei.
Prof.Cajuaz
Filho
(*)Querido Prof Cajuaz:
Nós sabemos porque tudo aconteceu. Foi orquestrado. Tudo combinadinho entre os diversos atores. Há quem pense que a idade e os longos anos de sofrimento nos roubaram a lucidez. Há quem pense que nós, membros da academia, somos imbecis e ignorantes. Ledo engano! Nós sabemos tudo o que ocorre "por baixo dos panos".
O que nos falta é um sindicato forte e comprometido com a causa para denunciar todas essas coisas estranhas que acontecem e intervir judicialmente. Nós não temos delegação de competência e nem acesso aos documentos que subsidiam as ações do governo. O sindicato tem acesso a esses documentos através da defesa. As informações que temos são obtidas de sites oficiais e de fontes que temos em todos os cenários onde se processam as ações.
Mas, com certeza, não nos enganam e vamos lutar até a farsa ser desmontada em caráter definitivo e os farsantes serem punidos.
5 comentários:
Caros Colegas:
É lamentável que o nosso sindicato não seja forte e atuante. Que não faça o que deve ser feito - e um pouco mais. É lamentável que o Sindesp não nos proporcione reuniões periódicas para discutirmos sobre tudo que diz respeito ao Piso. Reuniões onde sugestões seriam avaliadas e compartilhadas. Ainda há tempo para o sindicato assumir sua verdadeira função: lutar pelos nossos interesses, sem trégua.
O governo do estado não tem dinheiro para pagar os professores, mas tem dinheiro para bancar o reveillon.
Prof Telmo, um Natal com muita paz e amor, e que neste ano que já se aproxima faço votos de muita saúde e paciência. Rogo a Deus por nossa causa mas, creio que ainda os nossos inimigos não tenham cavado suas covas na profundidade suficiente para quando entrarem nunca mais delas saírem e vivos mesmo. Os próprios homens selam seus destinos e sei sem dúvidas que comemoraremos essa vitória. Um abraço fraterno e minha admiração pela sua tenacidade.
Ana Maria
Caro Telmo:
Desejo a você, a toda a turma da "linha de frente" a aos seus familiares um Natal de paz, saúde e fraternidade. No Novo Ano que se avizinha, tenho a esperança de que, finalmente, iremos comemorar a reimplantação definitiva do piso, sempre com muita saúde.
Abraços a todos.
Prof. Telmo
O fim de mais um ano está chegando ao fim. Muitas conquistas alcançamos e outras não conseguimos, mas tentamos. Já estamos aqui, os cabelos cheios de neve, mas a esperança acompanhando-nos.Obrigado pela força em manter esse blog.
Postar um comentário