JULGAMENTO HISTÓRICO NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL EM 01.12.2011

CLIQUE NOS LINKS PARA ASSISTIR O JULGAMENTO HISTÓRICO DE 01.12.2011

ESTAMOS DISPONIBILIZANDO OS LINKS DO YOU TUBE ENVIADOS PELO PROF. MANOEL AZEVEDO. É SÓ CLICAR E VERÁ OS VÁRIOS MOMENTOS DAQUELE HISTÓRICO JULGAMENTO.

Abaixo, respectivamente, estão os endereços no youtube das partes 1 de 5, 2 de 5, 3 de 5, 4 de 5 e 5 de 5 do vídeo do julgamento histórico no STF.

http://www.youtube.com/watch?v=w4DHkYcKpoo
http://www.youtube.com/watch?v=rRE6L0fu4Ks
http://www.youtube.com/watch?v=gQzH1FNS5Sg
http://www.youtube.com/watch?v=8FqTJqKrjww
http://www.youtube.com/watch?v=z1UKoALstcI

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

RÉQUIEM PARA RANGEL QUE SE PERDEU NA CURVA DA ESTRADA

EDIÇÃO DE HOJE, SEGUNDA FEIRA, DIA 12 DE OUTUBRO DE 2015
QUERIDOS AMIGOS, QUERIDAS AMIGAS
(Edição revisada e corrigida às 15:54 h de 12.10.2015)


Já nos seus primeiros dias, o mês de outubro trouxe consigo  três episódios trágicos para a família ueceana
Na  terça feira, dia 06 de outubro, faleceu a professora Maria Luíza Barbosa Chaves, ex-chefe de gabinete do Reitor Cláudio Régis de Lima Quixadá e ex-secretária de Educação do Ceará no governo Ciro Gomes.
Na sexta feira, dia 09 de outubro, ocorreu o passamento do engenheiro Antonio Figueiredo Lima, professor aposentado da Escola de Engenharia da UFC, esposo da professora Maria Júlia Holanda Lima (Julinha) ex-pro-reitora de Extensão da UECE e ex-chefe de gabinete do Reitor Paulo Petrola.
No mesmo dia dia, partiu para outra dimensão o nosso colega e particular amigo Francisco Rangel Araújo Cavalcante professor aposentado do curso de Geografia do CCT.


RANGEL CAVALCANTE



Rangel(à esquerda) em aparição pública no mês de dezembro de 2011 no Auditório Central, tendo ao lado o blogueiro e o prof. José Guedes
Conhecemos Rangel nos primeiros anos da longínqua década de 1960 quando as dificuldades financeiras da família forçaram nossa transferência do Colégio Cearense para o velho Lyceu do Ceará.
Era um período de grande efervescência politica e no Lyceu pontificavam as lideranças de Sebastião Roque Barros, Carlos Augusto ( o Parangaba), Jaime Alencar e Hélio Leite, todos gravitando em torno do CLEC (Centro Liceal de Educação e Cultura) o grêmio que conduzia as grandes lutas dos estudantes.
Rangel transitava com leveza entre as lideranças citadas e fazia parte de um grupo denominado Frente Nacionalista Liceal que defendia a candidatura do Marechal Lott à presidência da República. Fomos colegas de turma na 2ª 2ª no turno da manhã. Inquieto e ágil Rangel ficava mais tempo circulando pelos corredores do Lyceu que na sala de aula.
No ano seguinte nos transferimos para o turno da noite e perdemos o contato com Rangel. Durante dois anos estivemos cursando Escola de Marinha Mercante do Rio de Janeiro. Na volta encontramos Rangel como revisor do Correio do Ceará, na rua Senador Pompeu. 
Mais um tempo passou cruzamos com ele no Instituto de Matemática da UFC. Muitos anos depois fomos reencontrá-lo no CCT da UECE.
Rangel foi um pioneiro da luta pelo PISO SALARIAL. Comparecia a todas as reuniões no SINDESP sempre acompanhado de seu fiel escudeiro Jurandy Cavalcante Pessoa, ia ao TRT pesquisar e resgatar documentos, esteve algumas vezes no STF a cata de notícias do processo.
E vaticinava: "No mês que vem teremos boas notícias".
Rangel era um ativista do PISO e sempre se manifestava nas reuniões onde comparecia elegantemente trajado. E criava alguns bordões. Descrevia as inúmeras intervenções da PGE como protelações masturbatórias e creditava o atraso na tramitação burocrática do processo à displicência de funcionários como um tal de sub-carimbador interino que atrapalhava a vida de tanta gente.
Tivemos o privilégio da sua amizade. Quando comprou seu primeiro carrinho, um fusca azul, fomos tomar um porre e por pouco não fomos acidentados ao colocar o carro na garagem da casa de seus pais. E em determinado natal  não tínhamos para onde ir pois nossa família estava no interior, levou-nos para a casa de sua noiva Eliane com a qual casaria tempos depois.
Sem notícias suas há algum tempo, sem e-mail ou número do celular, tentamos localizá-lo na semana passada. Não deu tempo. 
A notícia de sua morte nos nocauteou. E até hoje dói dentro do nosso coração. Essa noticia não queríamos dar nunca. Só agora, tendo como cúmplices a solidão e o silêncio da madrugada, estamos registrando toda a nossa tristeza, todo o nosso pesar pela perda irreparável de um amigo de fidelidade a toda prova.
A dinâmica desta vida de incertezas e nossas próprias dificuldades inerentes à idade e alguns desencantos que desafiam nossa resistência e consomem de maneira voraz nossas reservas de energia nos têm afastado das pessoas queridas como o Rangel e tantos outros que gostaríamos de reencontrar vez por outra ou, pelo menos, saber notícias.  
À família de Rangel, de modo particular a Eliane e seus filhos, nosso abraço solidário.
Às páginas tantas de um de seus livros diz Fernando Pessoa: "Morrer é só não ser visto". 
Se é verdade o que afirma o vate lusitano, Rangel  permanecerá na nossa luta, na  nossa memória e, quem sabe, nos encontraremos a qualquer hora sob as mangueiras seculares do Itaperi ou ainda em uma grande Assembléia Geral para comemorarmos juntos a reimplantação do PISO SALARIAL. 
Até breve, querido companheiro. Um abraço fraterno.

Fiquemos agora com a Serenata de Schubert interpretada por Nana Mouskouris.

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