MENSAGEM DO PROFESSOR CAJUAZ FILHO E CONVITE DE INAUGURAÇÃO DO HOSPITAL VETERINÁRIO DR. SYLVIO BARBOSA CARDOSO

EDIÇÃO DE HOJE, TERÇA-FEIRA, DIA 05 DE SETEMBRO DE 2016
QUERIDOS AMIGOS, QUERIDAS AMIGAS
Nesta postagem dois destaques são o artigo sempre vigoroso e contundente do amigo professor Cajuaz Filho e o convite gentilmente enviado pelo professor Célio Pires Coutinho para a inauguração do Hospital Veterinário Dr. Sylvio Barbosa Cardoso.

PROFESSOR CAJUAZ

         

                    

                               A vitória demora, mas vem.

           

             Eta Brasil bom! 

       Acontecem coisas neste Brasil que nos levam a pensar, supostamente  como o General  De Gaulle, que o Brasil não é um país sério. Se ele não disse essa verdade, nós, brasileiros, a constatamos, com tristeza, no dia a dia de nossas vidas.

            Para onde você se vira, depara-se  com ações e  atitudes  que comprovam essa verdade  que  nos indigna.

            A política brasileira, em vez de ser a arte de governar a cidade como a própria palavra significa, passou a ser um mar de lama podre em que se encontra toda a espécie  de dejetos  e tornou-se um meio  lícito para se praticar todo tipo de atos ilícitos acobertados pelo poder.Uma vergonha.

            Se somos habitantes da “polis”, somos cidadãos, e  a política, no seu lídimo significado, deve fazer parte de nossa vida .

            Os brasileiros, com raras e honrosas exceções, quando entram na vida política, só têm um objetivo: o enriquecimento, não interessa de que forma.

            É a vivência da velha, mas tão atual, filosofia  de Maquiavel que eles aprenderam muito bem: “O fim justifica os meios”. Por isso  só  o  salário,  recompensa digna do trabalho,  não basta. Há  a necessidade de propinas e a utilização de meios escusos para enriquecimento rápido para garantia de  uma vida nababesca.

            Administrar em favor do povo  é papo furado, é  conversa fiada, é conversa para boi dormir. O povo que se lixe, dizem eles. Nós estamos é no bem-bom.

            Quanta bandalheira política, nestes dois anos, veio à tona. É só a ponta do iceberg.

            Não sei de quem é a afirmação que se aplica muito bem ao momento que vive a política brasileira

            “ O Congresso Nacional é um local que se gradear,vira um zoológico;  se murar,vira um presídio; se colocar uma lona,vira circo;  se colocar lanternas vermelhas,vira puteiro  e se der descarga,não sobra ninguém”.(*)

              Uma coisa, no entanto, nos enraivece e nos indigna: para eles tudo é natural, não estão fazendo nada de mais e todos se confessam  inocentes.Não  sei, não vi,não conheço,não recebi,não tenho nada, tudo foi feito de acordo com a lei .Quanta  lorota, quanta  mentira ...

             Isso me faz lembrar um fato.

             Na década de 70, trabalhei, voluntariamente, no Instituto Penal Paulo Sarasate, em Itaitinga. Ia, aos sábados à tarde, levar um pouco de lenimento para aliviar a dor daqueles marcados por um destino cruel. Em conversa com os “hóspedes” daquele presídio, só encontrei inocentes. Todos se julgavam injustiçados em estarem naquele “hotel”.  Não haviam feito mal algum. Por isso comecei a chamar aquela casa Mansão dos Inocentes.

             Hoje, os políticos brasileiros são semelhantes aos hóspedes daquele hotel.

             No poder executivo, no legislativo, quantos inocentes, quanta inocência.  É a nova Mansão dos Inocentes. Qualquer semelhança é mera coincidência.

              Parece que o judiciário também está querendo se hospedar na Mansão dos Inocentes e engrossar a fileira dos hóspedes inocentes.

              Há 39 anos, os professores das Universidades Estaduais do Ceará, através de seu Sindicato, lutam pela implantação do piso salarial, concedido, por lei, pelo Governador Gonzaga Mota e surripiado, injustamente, por seu sucessor, Tasso Jereissati, alegando que se tratava de lei inconstitucional.

              Quem julga a inconstitucionalidade das leis?  É o Supremo Tribunal Federal e ele o fez após quase,demoradas, três décadas.

              Agora, com o trânsito em julgado, há  dez anos, era de se supor que a calmaria reinasse no seio de Abraão, e a justiça viesse mostrar todo seu fulgor. Ledo engano.

              Os professores não queriam ganhar na marra ou soltando propinas a torto e a direito. Talvez assim o imbróglio  tivesse  chegado ao  fim. Só queriam que o STF fizesse justiça de acordo com as provas e as contraprovas. Tão pouco!  Sem rodeios e privilégios, mas...

              Não é tão simples assim como a gente pode pensar.

              Saiu a decisão final do STF. Chama-se  “transitado em julgado”.Repito.

              O que isso significa?  

              Significa que o processo chegou ao fim e que a decisão do STF é definitiva, não pode mais ser modificada e não vai ser possível apresentar mais recurso algum. Depois de transitado em julgado, o processo deve entrar em fase de execução ou do cumprimento da sentença que é a ferramenta utilizada para obrigar a parte perdedora a cumprir o que foi determinado na decisão, se ela não o fizer voluntariamente.

               O Poder Judiciário tem meios para isso e, em sã consciência, não deve abdicar dessa prerrogativa.

                O transitado em julgado é importantíssimo para garantia das relações jurídicas, pois se ele não existisse, as questões não teriam fim e a paz social, imprescindível num Estado Democrático de Direito, seria impossível.

                Mas...  o que atrapalha é  sempre esse mas.

                Há no ar algo mais além dos aviões, como dizia o Barão de Itararé. A notícia de que o vice-presidente do TST concedeu liminar ao Governo do Estado, litigante de má- fé segundo a Justiça do Trabalho, suspendendo o bloqueio que vinha sendo feito para forçar o Governo a implantar o piso é esse algo mais.

                 Será verdade? Por  quê?

                 Não quero acreditar que isso seja verdade, pois com coisa séria não se brinca. Se isso ocorrer, todo o edifício da justiça brasileira ruirá e prevalecerá, daqui pra frente, a lei da propina, do poder e da força.

                Com a palavra o Supremo Tribunal Federal e eu, que ainda quero acreditar no Poder Judiciário, fico com  o samba-pagode interpretado por Zeca Pagodinho:

                         A vitória demora, mas vem.

 E lá vou eu saindo para o batente, antes mesmo de o galo cantar

 Sempre correndo na frente, espero minha estrela brilhar

 Não sou de atrasar nem tampouco puxar o tapete de ninguém.

 Nessa vida, nada é por acaso  para quem nasceu predestinado.

                        A vitória demora, mas vem.

 Guerreiro não foge à luta, eu tô sempre na disputa

 Em prol de um amanhã melhor, pego firme na labuta

 Malandro é quem escuta um bom conselho pra não ficar na pior

 Eu vou compondo minha história, guardo em minha memória quem sempre fez o bem              

 Aprendi pra ensinar o ensinamento que tudo na vida tem seu tempo

                        A vitória demora, mas vem.

                                    

                                  Prof. Cajuaz Filho                        

       (*) A citação é de José Simão, o genial e debochado macaco Simão.                               

Obs. do blog: tomara que venha logo, querido Cajuaz. Estamos no limite e não sabemos até quando sobreviveremos.

            

 HOSPITAL VETERINÁRIO: O SONHO SE TORNA REALIDADE

A pioneira Faculdade de Veterinária da UECE, a queria FAVET onde pontificaram nomes do quilate de Sylvio Cardoso, o número um, como costumava ser chamado, Jacinto Luciano e onde pontificam nomes como Célio Pires Coutinho, Odanir Moreira, Genario Sobreira e tantos outros de todas as gerações, materializa um sonho longamente acalentado: inaugura seu HOSPITAL VETERINÁRIO. 

PROFESSOR SYLVIO BARBOSA SENDO HOMENAGEADO PELO PROF. ARARIPE

E nada mais justo que batizá-lo com o nome de um pioneiro lutador, o número um, o Dr. Sylvio Barbosa Cardoso companheiro da ação PISO SALARIAL que nunca perdia as nossas reuniões. Sempre tivemos por ele muita admiração pelo seu incansável trabalho para viabilizar e consolidar a FAVET, motivo de orgulho de nossa Universidade. Lamentamos muito a sua partida definitiva. Se estivesse ainda conosco certamente estaria feliz com a inauguração do Hospital Universitário que ora recebe seu nome, homenagem justíssima de reconhecimento ao seu desprendimento e ao seu labor em prol da FAVET.

Guardamos conosco uma cartinha de agradecimento manuscrita que nos enviou em maio de 2007 no ano em que foi homenageado pela UECE e lembrado por nós no discurso de orador docente na colação de grau.

             Quinta-feira quando alguém pronunciar seu nome você, de onde estiver, responderá presente e juntos comemoraremos mais uma conquista sua e de todos os veterinários professores e alunos da gloriosa FAVET.

A obra concluída do HOSPITAL VETERINÁRIO reafirmará sua imortalidade querido DR. SYLVIO CARDOSO.

        Fiquemos agora com Diogo Nogueira cantando A Vitória  Demora Mas Vem (por sugestão do amigo Cajuaz)

                         

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