EDIÇÃO NOTURNA DE HOJE, sábado, dia 27 de outubro de 2007
Caríssimos amigos, caríssimas amigas
Chegamos ao final de mais uma semana nessa extensa caminhada que já dura vinte anos.
O prof. Mourão nos lembra hoje (vide postagem anterior) uma promessa de campanha de 1986, escrita e assinada pelo então candidato cujo nome não ousamos escrever neste espaço em respeito a nossa categoria.
Empossado, ato contínuo, programou e perpetrou um extenso elenco de perseguições contra o funcionalismo público estadual. Demitiu sumariamente milhares de professores do ensino da rede pública do Estado. Enviou equipes para o Interior do Estado para, nos fins de semana, de maneira sorrateira, promover uma pretensa "caça às bruxas", no melhor estilo dos tempos do macartismo, embora a motivação não fose ideológica: era a sua ojeriza à categoria de servidores públicos. Quase todos os professores demitidos voltaram através de liminar na justiça. Perseguiu funcionários do DERT e da EMATERCE. Perdeu na justiça e teve que pagar.
E o nosso PISO?
Depois de três meses de implantação, o referido senhor todo poderoso, fez letra morta da lei e do decreto do Governador Gonzaga Mota. E, até hoje estamos nessa luta insana pela reconquista de nossos direitos.
Agora, com o processo definitivamente julgado e transitado em julgado em sentença histórica e inapelável do Supremo Tribunal Federal, o governo atual, êmulo do nosso algoz, de modo truculento desacata uma decisão judicial.
Mais que isto: pede prazo para a implantação e utiliza, de má fé, esse prazo para entrar com uma manobra e tentar dar uma rasteira na justiça.
Para o governo, agora está valendo tudo. Não há mais respeito às fronteiras impostas pela ética. (ética? o que é isto?)
Vale sofismar e traduzir a decisão do Supremo dentro da conveniência, sem convicção, da PGE. Valem manobras que vão além dos limites do judiciário. Vale o cinismo de afirmar que nós vamos "quebrar o estado". Pobrezinho! Por que a oligarquia, que se mantém no poder desde 1987, não pensou nisto antes?
É o jogo bruto e desleal ditado pelo desespero de quem sabe que perdeu e não acata a derrota.
A nós, cabe-nos resistir. Afinal somos formadores de opinião e temos muita saúde e disposição para investir nessa causa.
Na segunda feira estaremos na sala de aula, espaço privilegiado do exercício de nossa função. É-nos assegurada pela constituição federal a liberdade de cátedra. É de nossa responsabilidade trabalhar na sala de aula muito mais que os conteúdos específicos de cada disciplina. Temos que exercer e estimular a prática da cidadania. Denunciar os maus tratos que têm sido impostos às nossas Universidades Estaduais. As humilhações contra os seus docentes. Denunciar a lógica cruel que está por trás do sucateamento de nossas universidades: a pretensão não disfarçada de entregá-las à própria sorte e convencer a sociedade cearense de que a "salvação" das universidades públicas estaduais passa pela sua privatização.
E a privatização já começou. Das três universidades, a menos contaminada é justamente a maior de todas: a UECE.
Vamos reagir! Somos multiplicadores. A sala de aula é nossa tribuna. Vamos arrancar a máscara daqueles que tripudiam sobre a universidade, humilham seus servidores e docentes e afrontam a justiça.
O povo paga impostos em escala mais que suficiente para que os profissionais da saúde e da educação sejam razoavelmente remunerados.
No percurso entre o povo, que paga os mais altos impostos do mundo, e os profissionais da saúde e da educação, encontra-se um governo insensível que dilapida e desvia boa parte dos recursos para aquilo que ele elege, a seu modo, como "prioridade".
Vamos reagir! A sala de aula é espaço de formação de cidadãos. Vamos formar uma grande frente de multiplicadores envolvendo nossos alunos e seus familiares em torno de uma grande bandeira contra a privatização das universidades estaduais do Ceará e em defesa de nosso legítimo direito a um salário digno consagrado pelo Supremo Tribunal Federal.
O PISO SALARIAL é inegociável.
Uma boa semana para todos!!!
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