EDIÇÃO NOTURNA(2) DE HOJE, domingo dia 20 de janeiro de 2008
A segunda, mais grave que a primeira, é o inusitado fato de termos dentre nós alguns colegas que fazem o jogo do governo.
Na postagem anterior há um comentário do prof. Paulo Marcelo Farias Moreira do curso de informática da UECE. O sr. Paulo Marcelo além de professor é um dedicado e correto funcionário, responsável pelo estratégico sistema que administra o controle acadêmico da UECE. Tivemos a oportunidade de participar durante algum tempo ao seu lado no Conselho Universitário da UECE e lá ele sempre demonstrou equilíbrio em todas as suas opiniões. Por todas essas características merece o nosso respeito.
No entanto, algumas de suas atitudes, têm nos trazido muita preocupação quanto à sua saúde. Vejamos:
1.Há algum tempo encontramos o Prof. Paulo Marcelo nas imediações do Banco do Brasil do Itaperi. Quando mencionamos a tramitação do nosso processo o prof. Paulo Marcelo nos afirmou com todas as letras :"O piso salarial é malandragem". E aqui desafiamos o professor a negar a autoria da frase olhando dentro do nosso olho.
2.Tempos depois (vejam nas edições anteriores do blog) o mesmo professor se manifestou através de um jornal local que "o piso salarial era inconstitucional"
3.E, finalmente, no site do jornal O POVO de sábado, dia 19.01.2008, ele publicou o comentário já divulgado na postagem anterior.
Verificamos cuidadosamente as duas listagens de beneficiários do piso disponíveis no processo e nelas está o nome do prof. Paulo Marcelo. Registramos também a presença do referido professor na assembléia onde foram discutidas as questões relativas aos proventos da advogada.
E aí passamos a não entender mais nada. Qual a motivação do prof. Paulo Marcelo para se posicionar de maneira tão enfática contra o interesse de seus colegas e contra os seus próprios interesses?
Por que estaria o prof. Paulo Marcelo atirando no próprio pé?
Professor Paulo Marcelo, não seria mais natural que o sr, mercê de sua competência, estivesse do nosso lado nos ajudando a calcular a dívida que o estado tem conosco para facilitar futuras negociações?
Com certeza V.Sa. não estaria "chorando o leite derramado", os tais R$ 206.000,00 que o sr., de maneira tão competente, calculou. Não sabemos a fórmula utilizada, mas acreditamos nos seus cálculos. Também não estaria reclamando da nossa insensatez de recusar uma excelente proposta de 60% de reajuste feita por um governo extremamente sensível e generoso, do seu ponto de vista.
O sr., além de um domínio perfeito da rainha das ciências, a matemática, e da extraordinária ferramenta da informática pareceu-nos também dotado de boa memória. Deve, portanto, se lembrar que no governo Ciro Gomes foi feito um acordo para a reposição dos planos Bresser e outros mais, através do SINDESP, que correspondeu a um aumento de 120%. E o sr. sabe por acaso onde foi parar esse aumento?
Foi consumido pela inflação, professor! O mesmo aconteceria com os míseros 60% que o sr. menciona. Ou o sr. desconhece que naquela década a inflação ultrapassava a casa dos dois dígitos? E, professor, nem o sr, nem ninguém lembraria hoje o que havia feito com os R$ 206.000,00 que o sr., competentemente repetimos, calculou.
Mas, ao negar o acordo, a assembléia tomou a atitude correta. Se tivesse agido diferente a questão tinha acabado por ali e sairíamos fragorosamente derrotados. E hoje estaríamos todos nós, inclusive o sr. "chorando o leite derramado".
Os sucessivos governos tucanos nunca honraram acordos. No fundo de sua memória privilegiada deve estar o registro das maldades cometidas pelo sr. Tasso que, ao assumir o governo, demitiu milhares de funcionários públicos estaduais muitos dos quais voltaram por força de mandado de segurança. Nós podemos provar isso, professor. V.Sa. também deve ter lido uma carta que ele dirigiu à comunidade acadêmica (publicada nesse blog) prometendo melhorias para as universidades estaduais, manutenção do piso salarial, etc.
Deve lembrar também as grandes derrotas que ele sofreu na justiça nas questões do DERT e da EMATERCE onde o prédio foi posto a leilão e os veículos foram todos leiloados por determinação da justiça.
E o sr. lembra também da chantagem utilizada pelo sr. Tasso obrigando os servidores a renunciar à questão piso salarial para ter suas nomeações publicadas no Diário Oficial? Nós estivemos dois anos ocupando a Pró-Reitoria de Políticas Estudantis (2000/2002) e nunca fomos nomeado porque não renunciamos à questão. Há outros colegas que cederam e assinaram a rendição. Podemos provar com os termos de desistência apensados ao processo. Alguns desses termos sumiram misteriosamente, mas isso é outra história.
Além disso, ele perseguiu funcionários da COELCE que também eram professores da rede pública e da UVA obrigando-os a se demitir da função de professor mesmo que isso não configurasse acumulação de cargos. O sr. duvida? Podemos mostrar os nomes, professor!!!
É deste lado que o sr. está professor?
Caro professor: se o sr. está convencido o piso salarial é injusto ou "malandragem" como já afirmou, não é obrigado a recebê-lo. Após a sua implantação o sr. pode devolver, a cada mês, a diferença para os cofres públicos e renunciar ao atrasado que é muito mais que os R$ 206.000,00 que o sr. tanto reclama. Renuncie ao atrasado em favor de uma instituição séria. A UECE, por exemplo, está precisando muito de dinheiro. O dinheiro para investimentos que o governo tucano-socialista não repassa há meses.
É fácil, simples e indolor e lhe trará muito conforto espiritual. Experimente, professor!!!
E aqui, lembramos Gonzaguinha em Comportamento Geral, o sr. vai "ganhar um fuscão no juízo final e um diploma de bem comportado. Você merece. Tudo vai bem..."
Quanto a nós, prezado professor, exigimos respeito a nossa luta. Nunca fomos malandros por esse motivo não consideramos o piso como uma "malandragem". Assim como o sr., sempre honramos a nossa instituição com nosso trabalho e nos julgamos merecedores do PISO SALARIAL, independentemente de sua compreensão, de suas atitudes e das pessoas que pensam ou agem como você. Vamos continuar lutando por nós, pelos nossos filhos, pelos colegas enfermos, pelos familiares dos 118 colegas já falecidos, pela nossa dignidade. A essa altura, nem os ministros do Supremo entenderiam nossa desistência e nem Deus perdoaria a nossa capitulação, professor Paulo Marcelo.
Com esses esclarecimentos encerramos aqui a discussão com o prof. Paulo Marcelo. Nada mais temos a acrescentar e, ao longo desta semana teremos muito trabalho pela frente. Vamos trabalhar!!!
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Estamos detectando algumas sinalizações da parte do governo que se mantém em uma situação insustentável e, vai tentar se livrar do grande abacaxi (PISO SALARIAL) que tem nas mãos, a sua maneira, tentando burlar a justiça e enganar os incautos de nossa categoria, com a conivência de alguns.(Vide a sintomática e preocupante manifestação do prof. Paulo Marcelo e os acenos estão fazendo para o prof. Boaventura). O patrono da causa é o SINDESP mas, nós não somos mercadoria para sermos vendidos no atacado ou mesmo no varejo.
Esse processo, srs. professores pode comprometer muitos projetos do atual governo. Ele sabe disso e está receioso em perder a credibilidade junto aos organismos internacionais de financiamento.
Chamamos a atenção da categoria que o governo do estado vai tentar mais uma vez dar uma rasteira na categoria propondo a implantação considerando o piso até 1990 e daí em diante os aumentos normais dados pelo governo. Está tentando uma nova interpretação da sentença lá em Brasilia usando "amigos" da justiça para influenciar e para modificar a decisão do SUPREMO.
Vai tentar cumprir a decisão a maneira dele ou propor um escalonamento na implantação. O escalonamento seria uma implantação progressiva ao longo de 3 anos. Ambas as propostas nos fariam renunciar a uma conquista já consagrada pelo Supremo Tribunal Federal e seria um caso inédito de capitulação de vencedor. Se cedessemos, estaríamos perdendo a referência e, com as incertezas da economia e as arbitrariedades e prepotências da tucanalha, em pouco tempo estaríamos em situação igual ou pior que a de agora. E continuaríamos reféns do governo per omnia seculum seculorum.
Não faremos acordos espúrios que signifiquem renúncia ao PISO SALARIAL!!!
Agora vale a canção popular: "quem samba fica, quem não samba cai fora"
Vamos continuar cultivando a esperança. Vamos continuar na trincheira de lutas. Até o fim!!!
Amanhã tem mais!!!
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