ACORDA PROFESSOR

EDIÇÃO DE HOJE, SEXTA FEIRA, DIA 28 DE MARÇO DE 2008

QUERIDOS AMIGOS, QUERIDAS AMIGAS

"A DOR ENSINA A GEMER" diz o provérbio. Foi com essa frase que concluimos a reunião de hoje no SINDESP.

Ela vem a propósito dos mais recentes fatos que violam e nos suprimem direitos adquiridos ao longo de mais de 25 anos.

A regência de classe - o conhecido pó de giz - que gratifica a presença efetiva em sala de aula é uma conquista da categoria desde os idos de 1970/1980 quando colegas nossos negociaram o benefício ( de 30%) com o então governador Virgilio Távora(1979-1982) . Posteriormente, e dessa luta participamos nós e muitos que ainda estão na ativa, conquistamos mais 10% em negociação com o então governador Gonzaga Mota (1982 -1986) na mesma década de 1980.

O piso salarial também é conquista. Há mais de 22 anos nos reunimos na quadra coberta do CH inúmeras vezes com a presença da profa. Tereza Rocha, do prof. Itamar Filgueiras, do prof. Mourão, do Padre Haroldo, do prof. Eduardo Braga e tantos outros para debater e organizar a luta em defesa de nossos direitos.

Há onze anos paramos nossas atividades docentes, por uma semana, para discutir a Universidade e as nossas reivindicações. Estivemos reunidos ora no CH, ora no Itaperi, como podem testemunhar vários professores, para retomar a luta pelo piso salarial. Em uma das ocasiões, sob o comando da profa. Araci São Thiago ocupamos o Auditório Central da UECE, que nos havia sido negado, e participamos de um debate com a profa. Maria Luiza Fontenele.

Há quem pense que a história de lutas do professores da UECE começou agora, há pouco mais de 3 anos. Equívoco e desconhecimento de causa, na melhor das hipóteses. Diz o provérbio que o "pior cego é aquele que não quer ver".

Discordamos da supressão e/ou redução das gratificações. Escutamos que a gratificação de regência de classe era "esdrúxula". Absurdo. Esdrúxula e imoral é a sua redução de 40% para 1%, com a qual alguns concordaram.

Observem as tabelas. Comparem. Suprimem de imediato (tão logo seja aprovado o plano PCCV - que o governo tem com fazer a toque de caixa por contar com a quase unanimidade da assembléia) as vantagens conquistadas ao longo de mais de 20 anos, em função de uma suposta incorporação ao salário base ao longo de três anos em meio. Excelente negociação.

Para quem? Para o governo.

Vejam as tabelas. Comparem. Não precisa saber matemática e nem ser versado em economia. Os números das projeções até 2010, não mentem jamais.

Estaremos enviando aos interessados, via e-mail a síntese do PCCV com todas as tabelas em percentuais e em valores (R$) projetados para 2008, 2009 e 2010.

Esse plano deve ser objeto de uma grande reflexão porque para nós, da questão Piso Salarial, significa prejuízo e não nos interessa.

Quando o governo alardeia que vai estender o piso para todos os professores não esconde a intenção de se colocar como um Hobin Hood cínico e perverso: tirar parte do PISO que foi conquistado por nós para redistribuir entre os demais.

A nossa pretensão é outra. Manter o PISO como conquista nossa e, após sua reimplantação, lutar para que ele seja estendido a todos os professores. Isso se chama isonomia. É o mais justo. Mas o governo aposta na nossa divisão. E alguns colegas, também.

No fim de semana estaremos publicando as decisões da reunião de hoje.

Vamos confirmar ao longo da semana, até terça feira, uma ida maciça à assembléia legislativa na quinta feira às 14:30 h para o debate entre os reitoráveis onde vamos naquela casa fazer uma manifestação em defesa da imediata reimplantação do PISO SALARIAL.

Convocamos a todos. Ninguém pode se omitir. Está passando da hora de dar visibilidade ao nosso movimento.

É hora de acordar, colega professor.