QUERIDOS AMIGOS, QUERIDAS AMIGAS
A nossa conversa com o procurador geral dr. Fernando Oliveira na quinta feira passada nos deixou apreensivos. Na reunião de sexta feira comentamos com os companheiros tudo aquilo que foi objeto do encontro do dia anterior. Mas, ao mesmo tempo em que temos a obrigação de bem informar, também temos a responsabilidade de não especular, de não estabelecer o pânico na categoria.
Cumpre-nos a todos, com igual responsabilidade, monitorar o que está ocorrendo na SEPLAG e na PGE. Não podemos ceder mais nada.
Disse-nos o procurador que havia uma dúvida na interpretação da URV de um certo período de transição: de março de 1994 a junho de 1994, perído de alta inflação. Não temos ainda como quantificar a diferença que faz. Conversamos com o sr. Valdemar, o contador que nós contratamos. Ele reafirmou a exatidão de seus cálculos e nos deu uma informação convincente sobre a URV.
Criar um impasse nessa hora vai sem dúvidas trazer um enorme constrangimento para a categoria que em Assembléia Geral decidiu de maneira clara pela condução de um acordo. E a decisão da assembléia foi cuidadosamente trabalhada porque consiste em renúncia de parte considerável daquilo que nos é devido. Cortamos na nossa própria carne!!! Não podemos cerder mais nada!!! Seria uma capítulação condenável que nem os nossos mortos e nem os nossos filhos nos perdoariam. Na verdade boa parte daquilo que temos o direito de receber nem nos pertence mais. Diferentemente do que aconteceu recentemente não podemos negociar aquilo que não nos pertence. Pertence aos nossos descendentes.
Se houver algum impasse não nos cabe nenhuma responsabilidade, nenhuma culpa. Estaremos sendo mais uma vez lesados. Não vamos contemporizar com nenhuma tentativa de distorção daquilo que nos foi prometido de maneira oficial.
Mesmo sem documento escrito, foi empenhada uma palavra de quem é o interlocutor exclusivo do governo na questão piso salarial.
Qualquer que seja o nome utilizado, acordo, proposta ou tese, queremos o cumprimento integral daquilo que foi publicamente proposto em termos oficiais. Temos a gravação em DVD e vamos exibi-la.
A categoria exige e merece respeito. Sendo essa a última batalha de nossas vidas vamos nos superar nela. Vamos nos reagrupar. Vamos permanecer unidos em "uma só emoção" como diziam os ufanistas da copa do mundo de algum tempo atrás.
Qualquer mudança no discurso oficial é inaceitável. Vamos a luta, como diz sempre o nosso companheiro Fernandes. Com prudência vamos monitorar os acontecimentos de bastidores informando tudo o que soubermos. A categoria deve ficar atenta, mobilizada. Ainda não temos a dimensão da diferença que a nova interpretação do governo vai acarretar. Não é prudente informar sobre aquilo que não se conhece na sua inteireza!!!
Fica decretado que agora vale a verdade. Agora vale a vida e, de mãos dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira.
(Artigo I —dos Estatutos do Homem(Ato Institucional Permanente) de Thiago de Mello)
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