QUERIDOS AMIGOS, QUERIDAS AMIGAS
A interdição do trânsito na Santos Dumont e na artéria que liga ao parque do Cocó causou, sem dúvida, alguns transtornos na hora do rush. No entanto, houve apenas reações isoladas. Alguns mal educados de sempre acionaram suas buzinas e um sra. sozinha tentou intimidar os manifestantes. Foi convencida pelos coordenadores do movimento a ficar quietinha e colaborar também com o protesto.
Há uma euforia de crescimento nesse país. Nunca banqueiros e empresários ganharam tanto dinheiro, as condições da classe média (que é quem paga todas as contas) melhoraram. O desemprego diminuiu. Os índices de pobreza também.
No entanto, os desníveis persistem porque empresários de todos os setores querem ganhar muito mais explorando a mais valia daqueles que efetivamente produzem a riqueza.
No nosso caso concreto, o mau patrão é o governo. Explorador, mantém os cofres abarrotados de dinheiro. Enquanto o governo federal pratica renúncia fiscal reduzindo o IPI de automotivos, linha branca, móveis e até material de construção, o governo do estado quer tudo. A máquina arrecadadora funciona azeitadíssima.
E o governo afirma cinicamente que nada nos deve e nada nos vai pagar. E apela para processos escusos, de maneira cruel e desonesta. Afinal quem afirma isso com todas as letras é a justiça na sentença histórica que o condenou como litigante de má fé.
Se estivéssemos em um estado de direito democrático, em uma verdadeira república (res publica) já teriam ocorrido severas punições aos que não cumprem a decisão do STF. Até mesmo uma intervenção no governo do estado caberia.
O que faz o governo com tanto recurso arrecadado? Boa parte dos investimentos feitos nas propaladas 3.000 obras são oriundos do governo federal. Mas, a obra é concluída e inaugurada como se fosse uma coisa do estado. Lembrem-se esse ano haverá eleição. E (re)eleição custa caro. Em uma grande vacilada o Sr. Lúcio Alcântara ia perdendo a eleição para o sr. José Airton. O sr. Tasso teve que cair em campo na última hora e visitar grotões apertando(com certo asco) a mão de populares para reverter o quadro adverso. A diferença foi de apenas 3.000 votos.
Há pouco tempo o governo do estado (leia-se governador Cid Gomes) foi multado e teve que retirar a publicidade do ar por determinação da Justiça Eleitoral conforme publicou o jornal o Estado de São Paulo do dia 16 de março de 2010
Há uma eleição em curso e para nossa tristeza, parece que teremos candidatos único. Aparecerão alguns aventureiros de partidos nanicos para utilizar o espaço da mídia em função de outros interesses. Alguns se candidatam para ganhar um dinheirinho do caixa do partido, outros para se tornarem conhecidos e sairem candidatos a vereador, sindico do próprio condomínio ou presidente de clube depois, outros por sentirem uma gande atração pelos refletores e, pasmem vocês, outros saem candidatos para se afastar do emprego e ganhar tres meses de ociosidade remunerada. Que pouca vergonha!
Voltando ao leito do rio depois de um longo desvio. Ao presenciarmos a manifestação de hoje, sentimnos uma imensa nostalgia das décadas de sessenta. Mas, o sentimento que mais nos dominou foi o de inveja.
Inveja? Sim queridos amigos, queridas amigas. Comaparei as atitudes da categoria dos Trabalhadores da Construção Civil e da nossa categoria - a categoria dos Trabalhadores da Construção da Cidadania. E, conforme dizia o nosso Padre Antono Vieira ( do Jumento Nosso Irmão) como o boi estamos nos deixando levar ao matadouro porque desconhecemos a força que temos.
Sentimos inveja sim, companheiros e companheiras. Sentimos inveja da sua disposição de luta, da sua determinação, da pujança daqueles homens e mulheres humildes e de poucas letras. Sentimos inveja por não termos um sindicato igual ao deles.
Sentimos ímpetos de descer do prédio e juntar-nos a eles para aprender com eles uma lição de coragem e cidadania que a nossa categoria ainda não quis aprender, salvo honrosas exceções. Na próxima estaremos lá com certeza. Há colegas que já entregaram os pontos e ainda querem contagiar os demais com o seu pessimismo derrotista.
Alguém poderia argumentar que somos poucos. Mas, mesmo assim poderíamos juntar uns duzentos, que ainda estão inteiros e fazer um barulhão. Para a Assembléia Legislativa foram 30 e no hotel da Beira Mar onde faríamos uma manifestação chegaram menos de quinze, isto há quase dois anos.
Vamos prosseguir na luta. Vamos aprender com os operários da construção civil. Ousar lutar. Ousar vencer. Continue ligado no blog. Hoje ou amanhã tem mais. Não vamos terminar o mês sem bombardear mais ainda esse governo sádico. Aguarde!!!
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