EDIÇÃO DE HOJE, TERÇA FEIRA, DIA 17 DE SETEMBRO DE 2013
QUERIDOS AMIGOS, QUERIDAS AMIGAS
Do nosso preclaro amigo prof. Cajuaz recebemos o artigo que estamos submetendo à leitura de nossos leitores:
Diabéisso?
Todo idioma, na
sua oralidade, possui certas peculiaridades que a língua escrita não aceita ou
as aceita com certas restrições.
Existem muitos
exemplos. Eis alguns: Vamos embora= vambora; outra hora= outrora; vossa mercê =
você.
Diabéisso é, também,
um desses exemplos, resultado acrossêmico da expressão “Que diabo é isso”.
Acrossemia é,
pois, o processo de formação de palavras pela combinação de sílabas ou fonemas
extraídos dos elementos de um nome composto ou de uma expressão. É muito comum
na Língua Portuguesa. É resultado da economia vocabular, muitas vezes, própria
da oralidade. Da expressão “Que diabo é
isso” resultou diabéisso. De expressão virou uma palavra com o sentido
oracional.
Muito usado no
Nordeste, exprime espanto e indignação quando se estranha ou não se reconhece
alguma coisa ou atitude de alguém.
Mas... Diabéisso vem a propósito de quê?
Há uma história.
Os professores das Universidades Estaduais do Ceará travam desde 1987 uma
batalha judicial. Percorreu todos possíveis meandros da justiça para que o
Estado reconhecesse a Lei do Piso promulgada em 1986
pelo então governador Gonzaga Mota.
A saga dos professores
já completou bodas de prata.
Todo começo deve
ter um fim.
Em 2007 foi
prolatado pelo Supremo Tribunal Federal: O piso dos professores das
universidades estaduais do Ceará é constitucional e deve ser implantado.
O Supremo falou,
a causa terminou. Não foi bem assim. Indignação. Diabéisso?
O Supremo mandou
executar. Houve início da execução. Foi suspensa.
Recentemente um
juiz do trabalho do interior, para isso convocado, concedeu uma liminar
suspendendo a execução. Diabéisso?
Recursos, recursos,
recursos, recursos... Diabéisso?
A saga continua.
Diabéisso?
O governo do
estado reconhece a derrota, em chamado de litigante de má e improbus litigator e
vem com um acordo espúrio, parece que foi ele quem ganhou a questão, como meio
de escamotear a verdade e as decisões do TST e do STF. O Tribunal não reage
para fazer valer a decisão do Supremo. Parece que há mancomunação. O
responsável pela emissão do parecer senta-se sobre o processo. Os professores não
aceitam o acordo e querem somente que seja feita a execução e a implantação
como determinam o Tribunal Superior do Trabalho e o Supremo Tribunal Federal. Então,
a implantação do piso deve ser feita conforme decisão do TST e c’est fini. Diabéisso?
Um dos magistrados,
que já havia julgado o mérito da questão, numa das sessões do TRT7, retroage e
pede vistas do processo. Julgou sem conhecer?
Diabéisso?
Medo ou outra
coisa pior? Diabéisso?
Será que o TRT 7ª
é superior ao TST? Diabéisso? Será que o
TRT7 tem medo do governador? Diabéisso.
Senhores membros
do TRT7, o posto que ocupam nada tem a ver com o governador .Foi conseguido por
méritos próprios. Por que não decidir? Diabéisso?
Por que não colocam
um ponto final nessa pendenga já resolvida e declaram o direito dos
professores? Diabéisso?
Essa demora do
reconhecimento de um direito líquido não só enlameia o TRT7, mas macula o TST,
o STF e enodoa toda a Justiça brasileira. Diabéisso?
Prof.Cajuaz
Quanto à "proposta" do governo, lembramos uma quadrinha que, na nossa adolescência, lemos em livro de escritor paraibano cujo nome se perdeu nas brumas da nossa memória que já começa a falhar:
"Deus te pague a tua peia
Deus te cubra de preguiça
No fundo do inferno se veja
Com toda a tua mundiça"
5 comentários:
Artigo simplesmente sensacional. Mais uma vez, parabéns, Prof, Cajuaz.
Manoel Azevedo
Prof. Cajuaz, toda minha insignificante reverência pelo texto!
produções assim deveriam, sob o meu ponto de vista, percorrer todas as redações dos matutinos alencarinos! Todas!
Enquanto isso, esperemos mais um punhado de dias visto que o honrado Desembargador Relator entrou de férias! Ninguém é de ferro! rsrsrs!
Mas, sob o ponto de vista do MAR, quem BALANÇA é a terra! Parabéns!
E Viva a Democracia e a Justiça! Viva!
Prof. Célio Andrade.
O artigo do Prof. Cajuás com o titulo "Diabéisso" deve ser aproveitado para divulgação nos jornais com pequenas adaptações. Nossa equipe editorial deve firmar uma parceria, usando a própria UECE, com jornais como O POVO e divulgar o que está acontecendo.
Prof.Cajuaz
CONVERSANDO COM DEUS AGORA PELA MANHÃ, ELE ME DEU A RESPOSTA PARA A INDAGAÇÃO DO PROFESSOR CAJUAZ. O QUE DIABOÉISSO? ELE ME DISSE FILHO, É O DIABO DO PODER ECONÓMICO E POLÍTICO, COMO TAMBÉM O JOGO DE INTERESSES SE SOBREPONDO A JUSTIÇA E AOS HOMENS DE DIGNIDADE INSUBSTITUÍVEL. MAS ELE TAMBÉM ME DISSE “ FILHO,TENHA CALMA E FIQUE TRANQUILO, NUNCA PERCA A ESPERANÇA, PORQUE SE A JUSTIÇA DOS HOMENS FALHAR COM CERTEZA A DE DEUS NUNCA FALHA.O MAL NUNCA VENCERA O BEM”. Prof. Ricardo Bacurau – URCA.
NO comentário que fiz sobre o texto o que DIABOÉISSO, não me referir aos homens de dignidade insubstituível, mas sim ao homens de dignidade SUBSTITUÍVEL, ou seja, aqueles que substituem sua dignidade ao bel prazer das suas conveniẽncias, seja pelo interesse económico, politico ou pessoal, e tem muitos fazendo isso nesse processo, de todos os lados: dos professores, do governo e principalmente da justiça.
Prof. Ricardo
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