JULGAMENTO HISTÓRICO NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL EM 01.12.2011

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ESTAMOS DISPONIBILIZANDO OS LINKS DO YOU TUBE ENVIADOS PELO PROF. MANOEL AZEVEDO. É SÓ CLICAR E VERÁ OS VÁRIOS MOMENTOS DAQUELE HISTÓRICO JULGAMENTO.

Abaixo, respectivamente, estão os endereços no youtube das partes 1 de 5, 2 de 5, 3 de 5, 4 de 5 e 5 de 5 do vídeo do julgamento histórico no STF.

http://www.youtube.com/watch?v=w4DHkYcKpoo
http://www.youtube.com/watch?v=rRE6L0fu4Ks
http://www.youtube.com/watch?v=gQzH1FNS5Sg
http://www.youtube.com/watch?v=8FqTJqKrjww
http://www.youtube.com/watch?v=z1UKoALstcI

quarta-feira, 9 de abril de 2014

HOMENAGEM AO PROFESSOR CLEITON VASCONCELOS

EDIÇÃO DE HOJE, QUARTA FEIRA, DIA 09 DE ABRIL DE 2014
QUERIDOS AMIGOS, QUERIDAS AMIGAS
Ainda impactado pela perda inesperada do nosso colega e amigo Cleiton estamos dando uma pausa nas nossas atividades para prestar-lhe um derradeira homenagem. Vamos reproduzir aqui, com autorização, uma saudação lida na missa de sétimo dia pela sua irmã Rejane Vasconcelos que gentilmente no enviou este irretocável e belíssimo texto:

MENSAGEM DE AGRADECIMENTO E CONFORTO AOS QUE FICAM

HOMENAGEM AO CLEITON, QUE PARTIU
  
Diz um filósofo francês contemporâneo, que já não nos brinda com sua presença,
 Ao invés de tomar a palavra, gostaria de ser envolvido por ela e levado bem além de todo começo possível. Gostaria de perceber que no momento de falar uma voz sem nome me precedia há muito tempo: bastaria, então, que eu encadeasse, prosseguisse a frase, me alojasse, sem ser percebido, em seus interstícios, como se ela me houvesse dado um sinal, mantendo-se, por um instante, suspensa.
Não haveria, portanto, começo.
Existe em muita gente, penso eu, um desejo semelhante de não ter de começar, um desejo de se encontrar, logo de entrada do outro lado do discurso. A essa aspiração tão comum, a instituição responde de modo irônico; pois que torna os começos solenes, cercados de um círculo de atenção e de silêncio, e lhes impõe formas ritualizadas, como para sinalizá-los à distância.
Michel Foucault
  
Cleiton e ex-alunas: a primeira
 à esquerda  é Carolina,
doutora em matemática e
 professora efetiva da UECE
,
Tomá-lo, nesse momento, para me anteceder, revela minha dificuldade para este começo, que a minimizo com essa confissão de Foucault.
Começo, então, dizendo, em nome de toda a família do Cleiton, que a solidariedade é o bálsamo e a balsa que permitem a travessia desse rio caudaloso da vida, frente ao qual nos sentimos náufragos. Daí por que agradecemos desde já o alento que nos oferecem nessa travessia.
A vida é tão-somente um lampejo frente à eternidade e infinitude da morte. Eis a razão por que ela parece sempre subtrair de forma injusta, cruel uma parte da vida dos que ficam ao se eternizar  nos que partem.
Como disse professor Jackson Sampaio, “O sistema de crenças de cada um poderá oferecer explicações, mas nada substituirá esta falta [...]. Estamos aturdidos e em busca de sentidos!”
Passamos esses dias aturdidos, doídos; ora desesperados, ora conformados à dor que se impõe a nós sem rogo. Aí, buscamos lembrar o que Cleiton fez em sua tão curta viagem neste plano.
Cleiton e seus colegas do
curso de matemática:
Luciano, Manoel, Campos.
Parece haver, cedo, compreendido que a vida é rápida. Tudo que fez e quis ganharam cor, dimensão e tom intensos.
Cedo aprendeu a ler; antes ainda de frequentar a escola formal, com uma de nossas primas. Completados 9 anos de idade, ingressava no Liceu do Ceará – por um descuido da direção, que não atentou para a exigência, não cumprida, da idade mínima. E, não foram tão poucas as vezes que meu pai, ao ir apanhá-lo na porta do colégio, no horário de saída, flagrou-o levando chulipas de rapazes do colegial. Advertia os rapazes, que se desculpavam dizendo: “é porque ele é bem pequeninho”.
Concluído o colegial. Prestando vestibular, abraçaria, em 1977, a matemática como fonte própria de alimento do saber e da vida mesma. Com ela se encantando, envidou esforços para vê-la transformada em algo interessante, atrativo para seus aprendizes e ensinadores.
Sua vida, seu discurso permearam-se da linguagem matemática: na multiplicação das horas de esforço e investimento para diminuir as dificuldades, subtrair os empecilhos, na direção de ver cada vez mais acrescido o número daqueles que – como ele – encontrariam encanto nas equações solucionadas, nas incógnitas desvendadas. Enfim, nos caminhos de retas e sinuosidades que a docência desafia percorrer.
Com mais precisão e propriedade que nós, familiares – que, ora, falamos exclusivamente movidos pelo afeto e emoção –, falaram os que o conheceram e os que mostraram, ainda que com a emoção à flor da pele, o que viram, o que sentiram, o que aprenderam com a passagem do Cleiton nessa estação da vida:
– Um colega (Rogério), parceiro, estarrecido diante do caixão, bradava: “Cleiton, o professor. Sério, honesto, correto. Aprendi muito com ele!”. Emocionado, dirigiu-se aos que estavam velando o corpo, dando, indistintamente, os pêsames. À observação de uma amiga dos familiares, que lá se encontrava, de que ela não era familiar do Cleiton, ele retrucou: “Todos perdemos. Todos merecemos os pêsames.”
– Uma professora, mostrando seu desconsolo e o desamparo a que ficava entregue sua missão em defesa dos animais, chorava e dizia: “Um matemático que – mais que meus colegas veterinários – compreendia – e fazia valer – que os animais merecem respeito; têm o direito à vida”.
Não homenageamos o Cleiton. Ele nos homenageia – nós familiares – com o que, em sua vida, foi capaz de testemunhar em atos. Homenageados sentem-se também nossos pais que, do lugar onde o acolhem agora, sabem do filho que retorna a seus braços sem retoques a fazer em sua trajetória finita.
Temos a clara certeza do que nos deixou dito Mário Quintana: “Nada jamais continua. Tudo vai recomeçar”.
Assim como também acerca do que disse Saramago:

“O fim de uma viagem
É apenas o recomeço de outra.
É preciso recomeçar a viagem”.   

Em nosso recomeço, partimos agradecendo a todos que, pessoalmente – ou pelos meios hoje disponíveis – nos prestaram solidariedade:
 Aos amigos, nossos e aos do Cleiton;
Aos colegas que, em algum momento de suas vidas, com ele, tenham trabalhado e convivido;
Aos moradores do Condomínio Vale Lira;
Aos colegas constituídos nos espaços institucionais;
À Comissão Executiva do Vestibular da Universidade Estadual do Ceará, no conjunto de todos os seus integrantes;
À Administração Superior da Uece e a todas as demais instâncias;
Ao Curso de Matemática da Universidade Aberta do Brasil–UAB/Uece;
A todos, enfim, que acolheram o Cleiton em seu tempo de vida e nos acolhem nesse momento de dor;
Nossos mais profusos agradecimentos, pois o gesto solidário de todos – e de cada um de – vocês nos dá o conforto necessário, permitindo-nos, dessa forma, que possamos alentar a esperança de que

“A morte não é o fim de tudo.
Ela não é senão o fim de uma coisa e o começo de outra.
Na morte, o homem acaba

E a alma começa”, como nos fala Victor Hugo.

FIQUEMOS COM VILA LOBOS, o genial maestro brasileiro e sua Bachianas número 5 acompanhada pela Orquestra Filarmônica de Berlim
Continuem ligados. A qualquer momento poderemos ter novidades.
Bom dia para todos!!!

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