DECISÃO HISTÓRICA:
"Como se vê, as recentes decisões do STF e do TST, só vêm corroborar o entendimento desta julgadora de que inexiste obstáculo para retomada da execução, vez que, repito, as medidas que recomendavam a suspensão do feito foram revogadas.
. "Assim, urge a adoção de providências no sentido de determinar que as reclamadas reimplantem em folha de pagamento dos substituídos o piso salarial deferido em sentença"(DO DESPACHO DA DRA. CHRISTIANNE - JUÍZA DA QUARTA VARA EM 12.03.2012)
JULGAMENTO HISTÓRICO NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL EM 01.12.2011
CLIQUE NOS LINKS PARA ASSISTIR O JULGAMENTO HISTÓRICO DE 01.12.2011
ESTAMOS DISPONIBILIZANDO OS LINKS DO YOU TUBE ENVIADOS PELO PROF. MANOEL AZEVEDO. É SÓ CLICAR E VERÁ OS VÁRIOS MOMENTOS DAQUELE HISTÓRICO JULGAMENTO.
Abaixo, respectivamente, estão os endereços no youtube das partes 1 de 5, 2 de 5, 3 de 5, 4 de 5 e 5 de 5 do vídeo do julgamento histórico no STF.
EDIÇÃO DE HOJE, QUARTA FEIRA, DIA 09 DE ABRIL DE 2014 QUERIDOS AMIGOS, QUERIDAS AMIGAS
Ainda impactado pela perda inesperada do nosso colega e amigo Cleiton estamos dando uma pausa nas nossas atividades para prestar-lhe um derradeira homenagem. Vamos reproduzir aqui, com autorização, uma saudação lida na missa de sétimo dia pela sua irmã Rejane Vasconcelos que gentilmente no enviou este irretocável e belíssimo texto:
MENSAGEM
DE AGRADECIMENTO E CONFORTO AOS QUE FICAM
HOMENAGEM AO CLEITON,
QUE PARTIU
Diz um filósofo francês contemporâneo, que já não nos
brinda com sua presença,
Ao
invés de tomar a palavra, gostaria de ser envolvido por ela e levado bem além
de todo começo possível. Gostaria de perceber que no momento de falar uma voz
sem nome me precedia há muito tempo: bastaria, então, que eu encadeasse,
prosseguisse a frase, me alojasse, sem ser percebido, em seus interstícios,
como se ela me houvesse dado um sinal, mantendo-se, por um instante, suspensa.
Não
haveria, portanto, começo.
Existe
em muita gente, penso eu, um desejo semelhante de não ter de começar, um desejo
de se encontrar, logo de entrada do outro lado do discurso. A essa aspiração
tão comum, a instituição responde de modo irônico; pois que torna os começos
solenes, cercados de um círculo de atençãoe
de silêncio, e lhes impõe formas ritualizadas, como para sinalizá-los à
distância.
Michel
Foucault
Cleiton e ex-alunas: a primeira à esquerda é Carolina, doutora em matemática e professora efetiva da UECE,
Tomá-lo, nesse momento, para me anteceder, revela minha
dificuldade para este começo, que a minimizo com essa confissão de Foucault.
Começo, então, dizendo, em nome de toda a família do
Cleiton, que a solidariedade é o bálsamo e a balsa que permitem a travessia
desse rio caudaloso da vida, frente ao qual nos sentimos náufragos. Daí por que
agradecemos desde já o alento que nos oferecem nessa travessia.
A vida é tão-somente um lampejo frente à eternidade e
infinitude da morte. Eis a razão por que ela parece sempre subtrair de forma
injusta, cruel uma parte da vida dos que ficam ao se eternizar nos que partem.
Como disse professor Jackson Sampaio, “O sistema de crenças de cada um poderá oferecer
explicações, mas nada substituirá esta falta [...]. Estamos aturdidos e em
busca de sentidos!”
Passamos esses dias aturdidos, doídos; ora desesperados,
ora conformados à dor que se impõe a nós sem rogo. Aí, buscamos lembrar o que
Cleiton fez em sua tão curta viagem neste plano.
Cleiton e seus colegas do curso de matemática: Luciano, Manoel, Campos.
Parece haver, cedo, compreendido que a vida é rápida.
Tudo que fez e quis ganharam cor, dimensão e tom intensos.
Cedo aprendeu a ler; antes ainda de frequentar a escola
formal, com uma de nossas primas. Completados 9 anos de idade, ingressava no
Liceu do Ceará – por um descuido da direção, que não atentou para a exigência,
não cumprida, da idade mínima. E, não foram tão poucas as vezes que meu pai, ao
ir apanhá-lo na porta do colégio, no horário de saída, flagrou-o levando
chulipas de rapazes do colegial. Advertia os rapazes, que se desculpavam
dizendo: “é porque ele é bem pequeninho”.
Concluído o colegial. Prestando vestibular, abraçaria, em
1977, a matemática como fonte própria de alimento do saber e da vida mesma. Com
ela se encantando, envidou esforços para vê-la transformada em algo
interessante, atrativo para seus aprendizes e ensinadores.
Sua vida, seu discurso permearam-se da linguagem
matemática: na multiplicação das
horas de esforço e investimento para diminuir
as dificuldades, subtrair os
empecilhos, na direção de ver cada vez mais acrescido
o número daqueles que – como ele – encontrariam encanto nas equações solucionadas, nas incógnitas desvendadas. Enfim, nos
caminhos de retas e sinuosidades que a docência desafia
percorrer.
Com mais precisão e propriedade que nós, familiares – que,
ora, falamos exclusivamente movidos pelo afeto e emoção –, falaram os que o
conheceram e os que mostraram, ainda que com a emoção à flor da pele, o que
viram, o que sentiram, o que aprenderam com a passagem do Cleiton nessa estação
da vida:
– Um colega (Rogério), parceiro, estarrecido diante do
caixão, bradava: “Cleiton, o professor. Sério, honesto, correto. Aprendi muito
com ele!”. Emocionado, dirigiu-se aos que estavam velando o corpo, dando,
indistintamente, os pêsames. À observação de uma amiga dos familiares, que lá
se encontrava, de que ela não era familiar do Cleiton, ele retrucou: “Todos
perdemos. Todos merecemos os pêsames.”
– Uma professora, mostrando seu desconsolo e o desamparo
a que ficava entregue sua missão em defesa dos animais, chorava e dizia: “Um
matemático que – mais que meus colegas veterinários – compreendia – e fazia
valer – que os animais merecem respeito; têm o direito à vida”.
Não homenageamos o Cleiton. Ele nos homenageia – nós
familiares – com o que, em sua vida, foi capaz de testemunhar em atos.
Homenageados sentem-se também nossos pais que, do lugar onde o acolhem agora,
sabem do filho que retorna a seus braços sem retoques a fazer em sua trajetória
finita.
Temos a clara certeza do que nos deixou dito Mário
Quintana: “Nada jamais continua. Tudo vai recomeçar”.
Assim como também acerca do que disse Saramago:
“O fim de uma viagem
É apenas o recomeço de outra.
É preciso recomeçar a viagem”.
Em nosso recomeço, partimos agradecendo a todos que,
pessoalmente – ou pelos meios hoje disponíveis – nos prestaram solidariedade:
Aos amigos, nossos e aos do Cleiton;
Aos colegas que, em algum momento de suas vidas, com ele,
tenham trabalhado e convivido;
Aos moradores do Condomínio Vale Lira;
Aos colegas constituídos nos espaços institucionais;
À Comissão Executiva do Vestibular da Universidade
Estadual do Ceará, no conjunto de todos os seus integrantes;
À Administração Superior da Uece e a todas as demais
instâncias;
Ao Curso de Matemática da Universidade Aberta do
Brasil–UAB/Uece;
A todos, enfim, que acolheram o Cleiton em seu tempo de
vida e nos acolhem nesse momento de dor;
Nossos mais profusos agradecimentos, pois o gesto
solidário de todos – e de cada um de – vocês nos dá o conforto necessário,
permitindo-nos, dessa forma, que possamos alentar a esperança de que
“A morte não é o fim de tudo.
Ela não é senão o fim de uma coisa e o começo de outra.
Na morte, o homem acaba
E a alma começa”, como nos fala Victor Hugo.
FIQUEMOS COM VILA LOBOS, o genial maestro brasileiro e sua Bachianas número 5 acompanhada pela Orquestra Filarmônica de Berlim
Continuem ligados. A qualquer momento poderemos ter novidades.
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