JULGAMENTO HISTÓRICO NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL EM 01.12.2011

CLIQUE NOS LINKS PARA ASSISTIR O JULGAMENTO HISTÓRICO DE 01.12.2011

ESTAMOS DISPONIBILIZANDO OS LINKS DO YOU TUBE ENVIADOS PELO PROF. MANOEL AZEVEDO. É SÓ CLICAR E VERÁ OS VÁRIOS MOMENTOS DAQUELE HISTÓRICO JULGAMENTO.

Abaixo, respectivamente, estão os endereços no youtube das partes 1 de 5, 2 de 5, 3 de 5, 4 de 5 e 5 de 5 do vídeo do julgamento histórico no STF.

http://www.youtube.com/watch?v=w4DHkYcKpoo
http://www.youtube.com/watch?v=rRE6L0fu4Ks
http://www.youtube.com/watch?v=gQzH1FNS5Sg
http://www.youtube.com/watch?v=8FqTJqKrjww
http://www.youtube.com/watch?v=z1UKoALstcI

sábado, 31 de maio de 2014

MAIS UM COMPANHEIRO DA AÇÃO PISO SALARIAL SE PERDE NA CURVA DA ESTRADA. REFLEXÕES DO PROFESSOR HUGO MARTINS

EDIÇÃO DE HOJE, SÁBADO, DIA 31 DE MAIO DE 2014
QUERIDOS AMIGOS, QUERIDAS AMIGAS


NOTA DE PESAR
Registramos, com tristeza, o falecimento do professor Raimundo Silveira, aposentado, do curso de Inglês da UECE. 
O professor Silveira foi nosso colega na Escola Marvin na década de 1980. Fez concurso para a Faculdade de Itapipoca em 1983 sendo contratado e depois foi transferido para o CH da UECE.
A informação nos foi prestada pelo professor Hugo Martins ex-diretor da Faculdade de Itapipoca quando esta edição já estava pronta para ser publicada.
Com o falecimento da professora Neusa Guedes e do professor Raimundo Silveira, o número de substituídos falecidos se eleva a 222.



Porque hoje é sábado, e enquanto o Piso salarial não chega, vamos reproduzir aqui um artigo primoroso do colega e amigo professor Hugo Martins disponível no facebook. O tema é muito pertinente e oportuno. Degustem-no:

REFLEXÕES NADA CRETINAS

HUGO MARTINS

Conta-se que Diógenes, o Cínico, deambulava por uma rua de Atenas, erguendo sobre a cabeça uma lanterna acesa, embora o sol estivesse a pino. Assombrado com aquele comportamento insólito, um transeunte indagou do filósofo o porquê daquilo. O discípulo de Antístenes não titubeou: disse procurar um homem na Grécia. Como não encontrava, resolveu recorrer à luz. Era uma época de decadência moral... Ao mesmo Diógenes atribui-se outra historieta singular. Diz-se que o filósofo defendia a tese de que a felicidade do homem estaria em não desejar ele mais do que o necessário para sobreviver. Por isso, era proprietário apenas de um lençol que lhe cobria a nudez. Morava no interior de um barril. Era o que possuía. 
Contam que, certa feita, Alexandre Magno, que já ouvira falar das sábias excentricidades do pensador cínico, manifestou desejo de conhecê-lo. Há quem diga que Alexandre chegara ao barril do filósofo no finzinho da tarde. Aproximando-se da entrada do barril, curvou-se, apresentou suas credenciais de homem todo poderoso e perguntou a Diógenes o que ele, Alexandre, poderia fazer por ele, Diógenes. Dizem que este sorriu e disse ao grande Alexandre que se afastasse e deixasse a luz entrar no barril, pois ele, Alexandre não podia dar a Diógenes o que Alexandre não tinha: a luz. Também era um tempo de decadência moral... O filósofo, entretanto, mantinha-se assentado, firmemente, nas pilastras de sua coerência.
Toda vez que as comunidades humanas adoecem moralmente, surgem vozes corajosas, deblaterando contra esse estado de coisas. Tal Diógenes, outros moralistas também se insurgem contra comportamentos nocivos ao grupo. Apequenar a espécie humana, ao invés de enaltecê-lo, é atitude que suscita reflexões. Nesses momentos, mais e mais vem à tona o problema ético. Aliás, nos dias de hoje, tornou-se corriqueiro ouvir-se que fulano ou sicrano não agiu com ética. Quando não se fala da não observância, por parte de determinadas categorias profissionais, do Código de Ética, como sói acontecer com médicos, advogados e jornalistas. Na verdade, no último exemplo, dever-se-ia falar não de Código de Ética, mas de Manual Deontológico. 
O comportamento ético ou o comportamento antiético são situações fáticas encontradiças nas mais comezinhas situações cotidianas. Não se encontra o problema ético apenas nos contextos solenes de manuais e obras filosóficas. Também não se entremostra apenas no cotidiano de homens bem nascidos ou cultos. Não. É um problema humano, demasiadamente humano.
Monteiro Lobato, no conto Um Homem de Consciência, retrata o perfil de João Teodoro. Testemunhava este o gradativo processo de decadência por que passava Itaoca, sua cidade natal. As pessoas que emprestavam à cidade alguma importância no concerto dos municípios aos poucos iam abandonando-a. Um dia, nomearam João Teodoro delegado de Itaoca. Nenhuma surpresa, era ele um homem inscrito entre os bons e retos. A surpresa maior ocorreu quando amanheceu o dia, e João Teodoro, montado em sua eguinha e puxando outra pelo cabresto, atravessava as ruas da cidade como se pretendesse partir em viagem. Quando alguém lhe perguntou para onde se botava, disse que ia embora, pois em cidade que tinha como delegado João Teodoro ele não morava. Quem conhece Lobato bem sabe o que se esconde nas entrelinhas do conto.

Se há homens de consciência, também os há sem consciência. Se há o político pilantra que, descaradamente, desvia as verbas da merenda escolar, alocando-as na construção e alindamento de casas de praia; também há o consumidor inescrupuloso que embolsa o troco a mais que o caixa do supermercado inadvertidamente a ele passa. Se há o policial corrupto, recebedor de toco para prevaricar; há o professor que vende sua aula de acordo com o preço desta, pago nas bodegas pedagógicas. Um e outro esquecem a nobreza do ofício. Ao lado do médico argentário, há o locutor televisivo ufanista, que, irradiando a partida de futebol, tece loas à “malandragem” do jogador desleal que burla a vigilância do árbitro, ao cometer uma infração de natureza grave. Quer dizer: na questão do comportamento ético ou contrário à ética, encontra-se o homem, que elege valores que hominizam ou reificam o outro, na feliz expressão de Teillard Chardin. É tudo uma questão de consciência, de contexto, de educação, de momento histórico. 
“Eu sou eu e as minhas circunstâncias”. Essa espécie de parêmia do pensador espanhol Ortega y Gasset inscreve o homem como animal histórico, portanto fruto do vir-a-ser, do devir, do eterno movimento heraclitiano. Nesse substituir o dado pelo construído, vai o homem promovendo mudanças na natureza para torná-la mais dócil às necessidades humanas. Na construção da cultura e nas mutações por que esta passa é que se inscreve a compreensão do que vem a ser ética. Em outras palavras, a ética é uma ciência da cultura, em contraposição às ciências da natureza. Enquanto estas são ciências do ser, aquela é ciência do dever-ser. Se as primeiras se regem por leis mais ou menos rígidas ou predeterminadas, esta assume facetas diferentes, sempre em consonância com o momento histórico de uma moral então vigente. Ética e moral sempre andam juntas. Enquanto a primeira teoriza, a segunda se manifesta como um fenômeno provindo da natureza gregária do homem.

É, pois, na caminhada histórica que o homem elege comportamentos valorados, que o direcionam para o bem e para o bom. Onde encontrar o bem-estar no mundo? No hedonismo barato? No hedonismo epicurista? No pragmatismo? No eudemonismo? A felicidade do homem está onde ele a coloca. “Essa felicidade que supomos, árvore dourada que sonhamos toda arreada de dourados pomos, existe, sim, mas nós não a alcançamos: porque está sempre onde nós a pomos e nunca a pomos onde nós
estamos”, diz Vicente de Carvalho. Eis o drama humano. Na busca desse fim último, o homem, ser vocacionado para viver em sociedade, não pode fugir à presença do outro. Constrói seus conceitos e (pre) conceitos sob os efeitos do olhar do outro. É algo parecido com os personagens de Sartre na obra A Portas Fechadas, em que aqueles, situados geograficamente numa espécie de quarto fechado, são obrigados a viver uns com os outros, embora se odeiem mutuamente. “O inferno são os outros”. É nesse inferno em que vive o homem moderno, correndo feito um louco à procura da glória, do poder e esquecendo as relações de criatura para criatura. Para remediar esse estado de coisas só formando o homem bom, os joões teodoros hominizados e não reificados, portadores de lanternas cujo facho ilumine novos caminhos... 




FIQUEMOS AGORA COM A EXTRAORDINÁRIA NANA MISKOURI 





E TAMBÉM COM TRISTESSE DE CHOPIN

BOM DIA PARA TODOS!!!

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