REFLEXÕES SOBRE A DATA DE FINADOS

EDIÇÃO DE HOJE, SEGUNDA FEIRA, DIA 02 DE NOVEMBRO DE 2015

QUERIDOS AMIGOS, QUERIDAS AMIGAS

O dia de hoje, dedicado aos mortos, nos conduziu a uma reflexão ampla sobre a nossa luta insana, nossa imensa frustração pela perseguição que se abate sobre nós ano após ano, governo, após governo.

A onda de sadismo inaugurada pelo  atual senador Tasso Jereissate, sempre é bom lembrar, data do remoto ano de 1987. Para cometer a arbitrariedade, o vilão mencionado encomendou a um escritório de advocacia de um pragmático jurista uma falsa  “ação popular”, paga com recursos do estado.

Em fevereiro de 1992, já na undécima hora, o SINDESP, através de seu presidente da época, professor Francisco Pessoa Furtado entrou com um recurso na justiça do Trabalho. O resto da história já é do conhecimento de todos.

Daqueles tempos até os dias de hoje cerca de 250 companheiros(as) de luta já se perderam na curva da estrada, como diria Fernando Pessoa. Muitos outros já padecem de moléstias inerentes à idade, acometidos de mal de Parkinson, mal de Alzheimer, insuficiência cardíaca, diabetes, câncer, etc.

O que nos faz crescer a cada instante a indignação é saber que o governante de plantão ainda não se sensibilizou diante do quadro de dificuldades que nossa gente atravessa e continua, através de seus subservientes vassalos, a zombar da justiça e fazer letra morta de suas decisões.

O desprezo às decisões judiciais obriga à juíza da execução a bloquear e sequestrar recursos todos os meses para pagamento de uma diferença calculada sobre salários de 2007 sem nenhuma correção. Acrescente-se, por oportuno, que um número razoável de colegas e pensionistas, por conta de uma imperdoável omissão do SINDESP, até o presente momento não viu a cor do dinheiro da diferença e ninguém dá nenhuma satisfação quanto a isso.

Na audiência ocorrida na quarta vara e presidida pela eminente magistrada Dra. Kaline Lewinter a PGE se fez representar por um procurador neófito (Dr. Pedro Lomônaco) que nenhuma proposta trazia consigo e sequer conhecia o processo como ele próprio confessou.

A omissão e o deboche da PGE foram energicamente criticados pela juíza Dra. Kaline Lewinter que usou termos fortes como “burrice” e “ignorância” para caracterizar a resistência do Estado em implantar o PISO SALARIAL.

Falou no mesmo tom firme sobre a falta de respeito do Estado em relação àqueles que dedicaram grande parte de sua vida ao exercício do magistério para terem seus direitos negados na hora mais difícil.

Ao final prometeu combinar com a Dra. Rosa Mestres, titular da quarta vara, a convocação do Governador Camilo Santana ao TRT  para informá-lo da situação do processo já que, supostamente, o procurador geral não havia informado.

Mas, hoje é um dia de reflexão e de saudade.

Reflexão sobre o tema já  discorrido acima. Reflexão sobre nossa frustração  de que a justiça ainda não se tenha afirmado na plenitude com a reimplantação do PISO SALARIAL.

Saudade dos companheiros e companheiras que sonharam a vida inteira com a reimplantação do PISO SALARIAL e, de repente, tombaram no meio do caminho sem ter o sonho convertido em realidade.
É com imensa tristeza que lembramos os companheiros e as companheiras que há pouco tempo estavam ao nosso lado nas assembleias como é o caso do querido amigo Rangel e de muitos outros hoje já estão definitivamente longe de nosso convívio. 

Nós que hoje os reverenciamos estamos a caminho do mesmo destino.

Que a nossa homenagem aos nossos mortos queridos seja o fortalecimento de nossa luta em defesa de nossos legítimos direitos.

OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!  VENCEREMOS!!!

 Fiquemos agora com a Serenata de Schubert interpretada por Nana Mouskouri

Notas do blog:
1. A Caixa Econômica já começou a creditar em nossas contas a diferença objeto do mais recente alvará. Até o final da tarde de sexta feira já havia chegado na letra F.
2. Agradecemos a quantos se preocuparam com nossa saúde e também aos que usaram da ironia na tentativa de nos desestabilizar emocionalmente. Ambas as atitudes nos deram ânimo para lutar e cuidar mais da saúde. Estamos em plena recuperação.