EDIÇÃO DE HOJE, sábado, dia 17 de novembro de 2007
Caríssimos amigos, caríssimas amigas
De pronto vamos reproduzir no blog o extraordinário artigo do nosso colega prof. Mourão publicado na edição de hoje do jornal O POVO.
ARTIGO
Universidade em greve
Antonio Mourão Cavalcante
17/11/2007 00:49
Observem que injustiça estão cometendo os nossos professores universitários. Ganharam um aumento recente de cem por cento e querem mais... Ganharam uma solene proposta de implantação de um Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCS), e, ainda choram... Trabalham quando querem, pois vivem de greves e ainda teimam em continuar o movimento! Como acreditar que estes docentes queiram contribuir com a formação da nossa juventude? Devem ser todos seguidores de uma seita ideológica estreita e sem futuro...
Em Nota Oficial o Governo do Estado insiste que está aberto ao diálogo. Sempre pronto a receber os mestres... Que turminha mais infame essa! Só querem baderna.
Na referida nota que a imprensa publicou nessa sexta-feira (16.11.07) essa é a conclusão mais exata a tirar... Ou, pelo menos, essa é a visão do Governo do Estado. Essa mensagem governamental traduz uma atitude pueril, ingênua e perversa. Senão, vejamos.
O Governo só recebeu os professores, na 4ª feira, porque em passeata eles bloquearam - com a ajuda dos estudantes - uma das vias principais da cidade. A Washington Soares, por mais de três horas. Não foi de bom grado. Foi forçado. Por outro lado, o tal aumento de 100% é a correr de vista, isto é, até 2010... Quem vai acreditar nisso? Os assessores diretos do Governador, quando vieram conversar com os professores, nunca trouxeram qualquer indicação mais clara de negociação. Estavam enfadados e apenas cumpriam um ritual de esvaziamento. "Não sou eu, é com sicrano. Não é comigo, mas com beltrano." Interlocutores sem poder de resolução. E, a partir de um certo momento, simplesmente disseram: "Não há mais o que negociar!"
Não são as greves que tem prejudicado os 20 mil alunos das universidades cearenses. Mas, o pouco caso - abandono - a que têm sido relegadas pelos sucessivos governos estaduais.
Agora que o movimento recrudesceu. Que os professores, ainda mais revoltados, indignados, saem às ruas, vem o Governo com um apelo pífio e sem qualquer perspectiva de desdobramento. Algo assim: voltem logo ao trabalho e deixem de conversa!
Chegamos ao ponto de saturação máxima. Agora é tudo ou nada. Idem em relação ao Piso Salarial, fato transitado em julgado, no Supremo Tribunal Federal, e que o Governo Estadual teima em não cumprir.
Avante professores. Agora é uma questão de dignidade. Chega de embustes... Antonio Mourão Cavalcante - Médico e antropólogo. Professor universitário. a_mourao@hotmail.com Leiam o nosso comentário no site do jornal O POVO
Em relação ao PISO SALARIAL, que é uma ação transitada em julgado em fevereiro de 2007, após 20 anos de tramitação, o Governo do Estado descumpriu determinação da Juíza da quarta vara para reimplantá-lo no dia 15 de outubro. A Secretária da SEPLAG pediu o prazo acima mencionado e não cumpriu, desacatando uma decisão judicial do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. A pergunta é: podem o Governo do Estado e/ou seus prepostos afrontar a mais alta Corte de Justiça do País?
Gilberto Telmo Sidney Marques
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