EDIÇÃO DE HOJE, SEGUNDA FEIRA, DIA 24 DE NOVEMBRO DE 2008
QUERIDOS AMIGOS, QUERIDAS AMIGAS
Recebemos, por e-mail, e publicamos abaixo a carta de nossa querida amiga profa. Sylvia Leão.
Caro Prof. Telmo,
A próxima Campanha da Fraternidade será sobre Segurança Pública e a premissa é a de que sem justiça social não há paz. Mais impacientes nos tornamos à medida em que os nossos direitos não são respeitados posto não haver políticas públicas, nesse Estado, que assegurem o gozo da vida e da cidadania. Nessa situação vexatória se encontram milhares: a criança vira "menor", o adolescente vira"marginal", o adulto vira "bandido".
Escapamos, por enquanto, de um jeito ou de outro, desse tipo violento de abandono mas estamos sofrendo, como professores da Uece e cidadãos dessa República, um verdadeiro massacre ético, profissional, existencial.
O Governo do Estado do Ceará age com a nossa categoria e quanto ao piso salarial que nos deve, como se fosse um agrupamento fora-do-espírito-da-lei, silencioso e invisível, a nos exterminar (quantos de nós já morreram?) a confiança na justiça, a esperança no Direito, a igualdade democrática no gozo pleno dos direitos decididos pela nossa Carta e Corte Magnas, portanto, destrói a razão última de ser do próprio Estado.
Sem isso, não se trata mais de um Estado, mas de um feudo ou de uma capitania hereditária, mas jamais de um verdadeiro Estado, mas de uma caricatura dele. A quem cabe recorrer, ou como diziam os medievais, "quem fiscaliza o fiscal?"
Cá prá nós, em relação ao trabalho da PGE e do Sr. Procurador, procurar defender os interesses do Estado significa fazê-lo até às raias da crueldade e da malevolência legalistas, mesmo quando é sabido ser o Estado o perdedor, no nosso caso e causa?
Atenção: Há alguém nesse mundo que faça o Governo do Estado do Ceará, cumprir imediatamente, a decisão do Supremo e nos pagar corretamente o que nos deve, após tantos anos?
Quero ver se essas mesmas autoridades do Estado irão estar pousando, para fotos, ao lado da autoridades da Igreja, no lançamento da Campanha da Fraternidade, se é o próprio Estado o provocador da tanta violência!!!
Por essas e outras, lembro-me do velho Engels: o Estado ainda vai ocupar o lugar que lhe é de direito: o museu das antigüidades, ao lado da roca de fiar e do machado de bronze.
Sempre com admiração
Sylvia Leão
Comentário do blog:
Mais uma vez a profa. Sylvia Leão expressa com fidelidade o sentimento de desencanto e indignação da categoria contra a crueldade de um governo que se revela, de modo claro e preciso, insensível e sádico. Prossigamos na luta até o fim. Grande abraço profa. Sylvia Leão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário