EDIÇÃO DE HOJE, SÁBADO DIA 01 DE NOVEMBRO DE 2008
QUERIDOS AMIGOS, QUERIDAS AMIGAS
Vamos reproduzir no espaço do blog o artigo da lavra do amigo e colega prof, Mourão. publicado hoje, no jornal O POVO.
Acompanhei com vivo interesse as discussões, na Assembléia Legislativa, sobre a mensagem enviada pelo Governador propondo que os servidores fazendários do Estado possam receber dinheiro público, pela função que exercem, além do que é estipulado pela própria Constituição Estadual. Parlamentares ligados ao governo vociferavam que os fazendários merecem esse prêmio. O sempre diligente deputado Heitor Férrer, ainda tentou argumentar que esse arranjo é inconstitucional, mesmo sabendo que os fazendários são dignos de respeito e de ganhar um bom salário. Mas, esse caminho é ilegal. Ou melhor, inconstitucional. Inútil a argumentação. O que vem do Palácio é para ser obedecido. E, os senhores deputados, que cuidam de elaborar e defender as leis, calam-se e obedecem... Disse o deputado Baquit: "Os fazendários merecem!" De minha parte, confesso que fiquei preocupado com essa suposta variação de humor do Governo. Um dia, argumenta que não tem dinheiro, que os cofres estão vazios. Que a crise vem engolindo tudo. No outro, desmanchando-se em gentilezas, propõe - ele mesmo, Governo - mensagem em que salários passam ser até maior do que o do chefe do Estado. Impossível não pensar nos pobres professores da UECe... sim, aqueles que ainda lutam pelo piso salarial. Há 20 anos batalham para ter reconhecido e implantado um direito. Eles caíram na bela ingenuidade de procurar a Justiça. Demoraram mais de duas décadas em busca de seus direitos. Mais de uma centena e meia deles morreram pelo caminho. Mas, conseguimos. Há um ano esse processo foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal, a mais alta corte do país. Deu ganho de causa aos professores. Ordenou que o Governo obedeça. Que faz o Governo do Estado? Simplesmente não cumpre a decisão judicial. Recorre a malabarismos e filigranas protelatórias. Faz-se de morto. Sabe o que diz o líder do governo, deputado Nelson Martins: "Estamos realizando negociações com os professores. Breve daremos solução a esse problema." Somos problema. Trocado em miúdos: ordem judicial nessa terra, não se cumpre.. Na próxima encarnação juro que vou ser fazendário e amigo de deputados...
Gilberto Telmo Sidney Marques-prof. adjunto da UECE
Um comentário:
Concordo plenamente com você, professor Telmo. Por que os fazendários têm direitos e nós não os temos? Conquistamos o nosso piso, por isso temos de lutar por ele.
Quando escolhemos a profissão de professor/a, pensávamos que iríamos educar, formar cidadãos decentes, dignos. E onde está a decência do governo? Por que são dois pesos e duas medidas, como afirmou com muita propriedade o professor Mourão? Não tenho nada contra os servidores fazendários, mas deveríamos ter os nossos direitos garantidos. Só não os ganhamos porque somos professores?
Não temos dignidade? Somos profissionais competentes também... por isso merecemos respeito.
Parabéns, professores Telmo e Mourão. Vocês estão dando um alento a essa situação tão vexatória pela qual estamos passando.
Professora Maria Antonieta Hollanda Carvalho - aposentada do Curso de Língua Portuguesa da UECE.
Postar um comentário