SOBRE FATOS E BOATOS

2a. EDIÇÃO DE HOJE, SÁBADO, DIA 01 DE NOVEMBRO DE 2008

Queridos colegas, queridas colegas

Recebemos de nossa companheira de lutas a guerreira profa. Heloisa Barros Leal o artigo abaixo:

UMA QUESTÃO DE FATO OU DE BOATO?
"Minha mestra, minha amiga a ti minha gratidão. Foi este anjo que um dia vendo que eu nada sabia me conduziu pela mão". Tudo indica que esqueceram!!

Assumirmos o ônus de uma luta judiciária, num processo trabalhista contra o Estado, foi sem dúvida, um ato de coragem e fé na justiça.

Vinte longos anos já se passaram e, ano após ano, assistimos a justiça ser menosprezada, tripudiada por supostos "agentes da verdade", por forças políticas que se julgam acima da lei e bem mais poderosos. E, pelo visto o são já que, durante todo esse tempo, a manipulação política é a válvula impulsora desse processo, mostrando sem escrúpulos que é mais poderosa, mais astuta que a justiça. Vejam bem, não somos nós que estamos dizendo. Isto é um fato. O que fica por trás seria boato? Impõe-se que se coloque um ponto final nessa briga de tantos anos. É uma questão de respeito ao próprio judiciário.

É necessário definir o que é um fato e o que é um boato na presente abordagem. Na realidade, o conflito entre os professores da UECE e as forças centralizadoras dos interesses políticos vem atravancando esse processo ao longo dos anos. Infelizmente, quando parecia que finalmente nossa luta chegara ao fim, o governo tem demonstrado que não está nem ai para a justiça. Mostrou que um trunfo político faz tremer a justiça. Isso também é um fato. Nesse sistema de "...." que vivemos ficamos a mercê dos seus "donos", que tudo podem e nada, nada mesmo, os faz recuar. O resto é boato.

Está bem claro que nós, os professores da UECE, recebemos o menor salário do país. Tudo que seja dito ao contrário é boato. O fato concreto é a nossa reivindicação, no que se refere ao aumento de salário, a reimplantação do piso, que nos foi vergonhosamente retirado, apesar das promessas faladas e escritas de que jamais seria mexido. Mas, vocês sabem,: para angariar votos prometem tudo.Promessas vãs, típicas de estelionato eleitoral. Tudo isto é um fato. O boato é o governo propagar aos quatro ventos: o aumento de 40% que deu aos professores. O fato é que foi um abono de +/- 19%. Prestem atenção: um abono!. Isso quer dizer que pode ser retirado a qualquer momento. A qualquer chilique do governo.

Quando da greve dos professores para a implantação do PCCS, o governador prometeu implantar logo em seguida e não o fez. Nova greve. Quando, finalmente, resolveu implantar, saiu essa marmota que beneficiou alguns e prejudicou outros tantos. Que ele cumpre suas promessas é boato. Que estamos com a nossa universidade totalmente sucateada é um fato. Que o governo ajuda a UECE é boato. Que os governos dos "Al Caponnes" há muito desejam privatizar a UECE é um fato. Que a nossa folha de pagamento vai onerar o estado é boato. Que o governo não quer honrar e atender aos ditames da lei é um fato. Que ele não está nem aí para o que manda a justiça é um fato. Que ele procrastina a implantação do nosso piso é um fato. Que os cálculos estão errados é boato. Que ele, em entrevistas falada e escrita, diz que deu um aumento substancial aos professores e que vai implantar o piso, é boato. Nossa classe tem se mobilizado sem alardes e ofensas. Nossas reivindicações são sérias, coerentes, buscando uma solução mais rápida e mais humana. Muitos já se foram e, pelo "andar de carruagem", outros irão também. antes da justiça se fazer obedecer. Uma universidade que tem seu público alvo insatisfeito, professores desmotivados não só pelo aspecto financeiro, mas, também, por falta de equipamentos, instalações adequadas para atender as necessidades de cursos, a exemplo da veterinária e educação física. Quadras polivalentes, etc, etc... É, induvidosamente, uma Instituição de ensino superior, que precisa, sobretudo, do apoio da comunidade para superar as deficiências e se tornar uma universidade de peso. É unindo forças para atingir um objetivo comum, que se pode vencer . Afinal, é a educação superior do nosso estado que está em jogo. Temos de salvá-la... Hoje, nossa categoria é vilipendiada, desrespeitada, somos vítimas de um grupo de pessoas descompromissadas, sem nenhuma sensibilidade ou experiência de administração acadêmica, causando um enorme mal a nossa comunidade, que se vê tolhida e limitada nos seus anseios de aprimoramento dos mecanismos de transmissão do saber. Uma lástima. . Tudo isso é um fato. O resto, meus amigos, é boato!
Heloisa Barros Leal
Professora UECE